Na província de Nampula, pelo menos 66 funcionários do Aparelho do Estado da categoria de N3 foram suspensos das suas actividades entre Janeiro e Setembro deste ano por ordens do Tribunal Administrativo, devido à apresentação de documentos falsos para a sua nomeação em diferentes sectores.
O grosso dos funcionários suspensos é dos sectores da Educação e Saúde. No período em alusão, 87 professores deixaram de receber várias regalias a que tinham direito na qualidade de directores de escolas, porém, de forma fraudulenta. Outros 67 docentes que recebiam salários como directores adjuntos pedagógicos de escolas primárias, igualmente sem qualificações para o efeito.
Esta informação foi revelada pelo director provincial do Plano e Finanças, Tomás Nhane, que falava esta quinta-feira (24), na cidade de Nampula, por ocasião da visita da governadora da província, Cidália Manuel Chaúque. Esta pretendia se inteirar do nível de implementação e cumprimento do Plano Económico e Social (2013) daquela instituição, incluindo das normas de funcionamento dos diversos departamentos na prestação de serviços e atendimento ao público.
Sem avançar pormenores, Tomás Nhane disse que o esquema para a falsificação de vistos administrativos eram feitos com recurso a Tecnologias de Informação e Comunicação com a conivência de outros funcionários já identificados. Nesse processo, havia comissões de serviço entre os infractores.
Nhane acrescentou que as actividades inspectivas realizadas no período em referência permitiram detectar e, consequentemente, suspender os salários que eram pagos a outro grupo de cerca de trinta professores fantasmas, os quais faleceram há bastante tempo e outros reformados, porém, com as folhas de salário activas.
Além de medidas administrativas, foram emitidos processos contra os mesmos profissionais fraudulentos. Neste momento, os casos encontram-se sob responsabilidade da Procuradoria Provincial.
