O Programa Alimentar Mundial (PAM) alertou para o risco de ruptura na assistência alimentar a cerca de 500 mil pessoas em Moçambique, estimando entre 6,2 e 6,9 milhões de euros o montante necessário para a ajuda.
Em declarações à comunicação social após uma doação de arroz do Japão para as vítimas da fome, a directora do PAM em Moçambique, Lola Castro, afirmou que estão a esgotar-se as doações alimentares a cerca de 500 mil pessoas que dependem de ajuda para sobreviver.
“Neste momento, estamos a fazer as últimas distribuições de doações, que nos foram entregues em Fevereiro e Março, e vamos ter alguns problemas a partir de Novembro, porque não temos doações suficientes”, enfatizou Lola Castro.
Segundo a directora do PAM, são necessários entre oito milhões de dólares (6,2 milhões de euros) e nove milhões de dólares (6,9 milhões de euros), para garantir a manutenção dos três programas de assistência alimentar desenvolvidos pela organização, nomeadamente o apoio a seropositivos, alunos em situação de carência alimentar e famílias que perderam as suas colheitas devido à seca.
“Estamos a falar com os potenciais doadores, para conseguirmos mobilizar fundos que nos permitam comprar os alimentos necessários aos nossos programas de apoio”, frisou Lola Castro.
Para dinamizar a comercialização agrícola nas zonas rurais moçambicanas, o PAM dará prioridade à aquisição de alimentos nos camponeses das áreas que registam excedentes, disse ainda Lola Castro.
Apesar do quadro preocupante, Lola Castro garantiu que Moçambique não vive uma situação de emergência em termos de insegurança alimentar, podendo até conhecer uma evolução positiva, com a previsível queda de chuva e uma melhor colheita agrícola.
De acordo com a directora do PAM, a situação real de fome em Moçambique será conhecida nos próximos dias, com a divulgação de uma avaliação feita no início deste mês pelo Secretariado Técnico de Segurança Alimentar (SETSAN) do Ministério da Agricultura de Moçambique.