Mais de 200 famílias de duas aldeias abrangidas pelo traçado do Parque Nacional de Limpopo, no distrito de Massingir, na província de Gaza, negam abandonar as suas casas para os locais de reassentamentos.
Os visados são das aldeias de Machamba e Chimangue. Alegam que não é pertinente a sua movimentação daquele lugar para o outro em virtude de viverem no mesmo há bastante tempo.
Nesse contexto, pedem a intervenção do Governo para que este delimite e vede os locais onde se encontram com vista a evitar o taque de pessoas por animais bravios. As famílias em causa alegam igualmente que nas zonas onde se encontram exercem actividades agrícolas que garantem o seu sustento.
“Elas estão exactamente no coração do Parque. Falam de leões e elefantes à volta. Mas não podemos pensar que de hoje para amanhã a população possa aceitar abandonar os locais. É um processo fazer a ela entender a necessidade de sair do lugar”, disse à Rádio Moçambique o administrador do Parque Nacional de Limpopo, António Abacar, para quem enquanto aquelas famílias continuarem na área do traçado do Parque Nacional do Limpopo não terão um futuro promissor.
Nesse contexto, há que levar a cabo um processo contínuo de sensibilização sobre o perigo de se partilhar o mesmo espaço com animais bravios, disse António Acabar, acrescentando que algumas pessoas que negam ser reassentada é porque defendem interesses pessoais comprometendo o futuro das comunidades.
Entretanto, algumas pessoas, tas como as da aldeia de Mavodze já aceitaram abandonar o traçado do Parque e aguardam pela conclusão das casas que estão a ser erguidas pelo Governo em locais seguros.
Entretanto, para além de as famílias das aldeias Machamba e Chimangue recusarem ser deslocadas das suas terras paras outras, o @Verdade sabe que a edificação de casas não pára localmente e as autoridades distritais parecem ter dificuldades para refrear a situação.
Outro facto, em torno do reassentamento, é que esse é um processo que nunca é concluído porque está a ser feito a passos de cameleão. No Parque Nacional de Limpopo foi vivem mais de mil e 200 famílias. E quando o Parque foi declarado área de conservação, em 2001, o banco KfW da Alemanha desembolsou dinheiro para o reassentamento mas até aqui ainda há centenas de famílias por deslocar.