Pelo menos dois mil militares e 700 polícias da República Democrática do Congo (RDC) desertaram e juntaram-se ao M23 depois de este movimento ocupar a cidade de Goma, capital da província do Kivu-Norte, no leste do país, anunciou o porta-voz dos rebeldes, o tenente-coronel Jean Marie Vianney Kazarama.
Segundo o porta-voz do Movimento de 23 de Março (M23), que falava, Quinta-feira (22), a uma estação de rádio sediada em Goma, estes polícias e militares congoleses e cerca de 20 comandantes juntaram-se à rebelião para lutar contra a “injustiça e a má governação”.
Ele adiantou que os antigos membros do Exército e da Polícia da RD Congo entregaram igualmente mais de 30 fuzis AK-47 durante esta deserção.
A declaração do porta-voz do M23 ocorre após uma reunião em Kampala, no Uganda, entre os três chefes de Estado da região dos Grandes Lagos, o Ugandês Yoweri Museveni, o Congolês Joseph Kabila e o Rwandês Paul Kagame, para encontrar uma solução para a crise prevalecente no leste da RD Congo.
A cimeira dos chefes de Estado em Kampala instou a rebelião do M23 a parar as suas ofensivas em várias localidades do Kivu-Norte, retirando-se completamente da cidade de Goma.
Todavia, algumas actividades comerciais retomaram na cidade fronteiriça com o Ruanda, enquanto o aeroporto permanecerá encerrado “até uma nova ordem”, segundo a rebelião.