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Mais de 170 milhões de meticais ainda por recuperar das mãos dos corruptos

O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) em Moçambique diz ter recuperado, de Janeiro a Novembro deste ano, dezassete (17) dos cento oitenta e oito (188) milhões de meticais desviados ou retirados fraudulentamente dos cofres do Estado pelos funcionários de diversas instituições da Função Pública. Significa que 171 milhões continuam na posse dos corruptos.

O director daquele gabinete, Bernardo Duce, reconheceu, esta quinta-feira (06), em Maputo, que o saque ilícito do dinheiro do erário público por parte de alguns funcionários e agentes do Estado, sobretudo aqueles a quem são confiados os cargos de chefia, é um mal que está a ganhar azo no país. Porém, encontra resposta [embora não na mesma medida] através da investigação e detenções com vista a estancá-lo.

No período em referência, foram tramitados 619 processos-crime e em conexão com os mesmos 188 indivíduos foram acusados e encaminhados ao tribunal por existência de elevados indícios de terem sido os protagonistas de actos de corrupção na Função Pública. Somente 21 processos foram arquivados por falta de provas. Segundo o director do GCCC, houve julgamento de 75 casos envolvendo 93 réus, dos quais 61 já condenados. Outros 18 teriam sido encontrados em flagrante delito.

Ainda em conexão com a corrupção, encontram-se detidos 38 dirigentes distritais, 23 agentes da Polícia da República de Moçambique, 17 chefes de departamentos, 16 professores, 12 dirigentes provinciais, 11 oficiais da Justiça, seis policiais municipais, cinco gestores de empresas públicas, quatro chefes de posto e um director geral e procurador respectivamente.

Bernardo Duce apontou também que o relatório de transparência internacional que coloca Moçambique na posição 123ª, contra a posição 116ª do ano passado, preocupa o Governo moçambicano. Serve como um desafio para intensificar o combate à corrupção, o qual exige o envolvimento de todos para que seja alcançada a vitória.

Para Duce, os milhões de meticais que anualmente são saqueados dos cofres do Estado poderiam servir para minimizar as dificuldades com que o país se debate. Ele falava numa conferência de imprensa cujo propósito era divulgar os resultados do combate à corrupção desencadeados nos últimos meses por recomendação do Procurador-Geral da República.

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