Dados preliminares divulgados há dias pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) indicam que, em 2016, a 5a e 7a classes registaram o melhor aproveitamento pedagógico dos últimos três e cinco anos, ao atingir 77 e 80%, respectivamente. Porém, em termos absolutos, muitas crianças chumbaram em relação à alfabetização e ao ensino secundário. Aliás, neste último, a situação também não é de todo satisfatória, porque, segundo reconheceu o Presidente da República, Filipe Nyusi, prevalecem as reprovações em massa.
Em 2016, a média de aprovação na 2a classe foi de 80%, contra 72% no ano anterior, disse Ivan Collison, porta-voz daquela instituição do Estado, acrescentando que das 11 províncias do país, Niassa teve um “desemprenho mais expressivo”, ao passar de 33%, em 2015, para 80,3%, em 2016.
No geral, em todo o ensino primário (na 2a, 5a e 7a classes), a província de Maputo registou um aproveitamento pedagógico considerado apreciável, depois de em 2015 tido resultados mais baixos em todas as classes.
A 5a classe, de acordo com as estatísticas a que nos referimos, não foi para além 77%, contra 70,5%, em 2015. Ivan Collison disse tratar-se do “melhor aproveitamento nos últimos três anos”.
Já a 7a classe passou de 70.8% para 80,1% entre os dois períodos em comparação, sendo que a média de progresso é cerca de 11%. Aqui, também, foi “o melhor aproveitamento nos últimos cinco anos”.
Todavia, Ivan Collison chamou atenção para um aspecto: É que, pese embora a percentagem do aproveitamento pedagógico seja melhor, em termos absolutos (…), há mais crianças que reprovaram no ensino primário, em relação ao ensino secundário e de alfabetização.
Na 10a classe, na primeira época, por exemplo, a média de aproveitamento foi de 37,8% em 2016, contra 20,4% no ano transacto, em que se registou uma taxa de aprovação final de apenas 43%.
Manica, com 65,8%, é a única província acima dos 50% de aproveitamento, incluindo na 12a classe.
Nesta última classe, o aproveitamento geral foi de 40,1% em 2016, contra 22,9% em 2015.
Refira-se que neste lectivo de 2017, cuja abertura aconteceu na passada sexta-feira (20), os livros de distribuição gratuita da 1a e 2a classes do ensino público moçambicano só chegarão às escolas semanas após o início das aulas, devido a atraso na impressão, sobretudo na classe inicial, que passa a contar com novos manuais em virtude da redução do número dos mesmos, de seis para três (Português, Matemática e Educação Física).
Relativamente ao ensino secundário (8ª a 12ª classes), o MINEDH apresentou uma lista dos 65 livros a serem usados em todas as escolas públicas e os respectivos preços recomendados de venda ao público.
Falando em Gaza, na abertura solene do ano lectivo, Filipe Nyusi, exigiu que todas as crianças da 1ª classe adquiram competências de leitura, escrita, cálculo e até a 2ª classe saibam escrever e expressar-se.
Aparentemente desconfortado com o baixo rendimento neste nível de ensino, o Chefe de Estado exigiu qualidade e frisou que a mesma deve “constituir a marca ou a imagem de cada estabelecimento escolar”.
Nas suas palavras, qualidade não deve significar reprovar os alunos em massa ou chumbá-los a todo o custo, nem apresentar-se “relatórios bonitos, de aproveitamento de 100, 90 porcento”, quando na verdade passaram pessoas que não sabem ler. Não é esta qualidade que queremos”.
Num outro desenvolvimento, Nyusi salientou que a educação deve garantir que o cidadão compreenda a necessidade de fazer parte dos processos democráticos de governação e na tomada de decisões de forma participativa e inclusiva.