Medicina Tradicional continua a ser a única alternativa para a grande maioria dos pouco mais de 20 milhões de moçambicanos sem acesso ao Serviço Nacional de Saúde. Segundo o Ministério da Saúde (MISAU) apenas 40 por cento da população moçambicana recorre aos cuidados sanitários e os outros 60 por cento usam serviços da medicina tradicional. “O Sistema Nacional de Saúde compreende o sector privado e o público. Este último, que é o Serviço Nacional de Saúde, constitui o principal prestador de serviços de saúde convencional a nível nacional”, refere o comunicado de imprensa que versa sobre a comemoração do Dia Africano da Medicina Tradicional.
As comemorações da efeméride vão decorrer esta semana sob o lema “Uma Década da Medicina Tradicional: Progresso até ao Momento”. As celebrações do Dia Africano da Medicina Tradicional terão o ponto mais alto no próximo dia 31 de Agosto e as cerimónias centrais irão acontecer na cidade de Maputo.
As celebrações são organizadas pelo Instituto de Medicina Tradicional, uma instituição subordinada ao MISAU, em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e as Associações Moçambicanas de Medicina Tradicional.
“O Dia da Medicina Tradicional é um importante evento, que tem por objectivo divulgar as actividades realizadas pelos praticantes de Medicina Tradicional e Alternativa no País, actividades que contribuem em grande no melhoramento da Saúde das Comunidades”, lê-se no documento.
Para celebrar esta data, o Instituto de Medicina Tradicional organizará uma série de eventos, incluindo palestras, feira de medicina tradicional, debates entre outras actividades.
O Instituto de Medicina Tradicional foi criado em Novembro de 2009 pelo MISAU no âmbito da Política da Medicina Tradicional e Estratégia da sua implementação, visando coordenar e integrar os serviços desta terapia nos cuidados de saúde primária do país.
Actualmente, a medicina tradicional carece de uma organização, pois o Estado desconhece o verdadeiro universo de pessoas que praticam esta actividade com a única finalidade de curar doentes.
Nos últimos anos, centenas de pessoas que se auto intitulam “médicos tradicionais”, na sua maioria provenientes da região dos Grandes Lagos, têm estado a invadir as cidades moçambicanas, alegando tratar todo o tipo de doenças.
Esta tendência levou a que a actividade se tornasse meramente comercial, pois os seus praticantes chegam a colocar os seus anúncios publicitários em jornais e na via pública sob olhar impávido das autoridades municipais.