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Mães abandonam bebés recém nascidos no Hospital Central da Beira

Bebés internados no Berçário do Hospital Central da Beira (HCB) são abandonados por parturientes. Informações postas a circular indicam que o número chega a atingir por mês seis crianças recém-nascidas. Uma média de duas mil crianças recém-nascidas são internadas anualmente, naquela unidade hospitalar, devido fundamentalmente a prematuridade e asfixia peri-natal.

Entretanto, em declarações ao jornal Diário de Moçambique, a directora do departamento de Pediatria, Ermelinda Gomes disse sexta-feira não constituir à verdade o número de seis bebés por mês, admitindo, no entanto, o abandono esporádico de crianças recém-nascidas naquele estabelecimento. Para sustentar a sua afirmação, Ermelinda Gomes deu o exemplo de este ano terem sido registados só dois casos de crianças recém-nascidas do sexo masculino. Um dos bebés já foi adoptado por um médico afecto àquela unidade sanitária de referência na região centro do país.

O outro bebé encontra-se ainda no berçário, aguardando pelos progenitores ou outros parentes. Foi internado por doença há cinco semanas, tendo tido alta no dia 28 de Maio passado, mas até sexta-feira não tinha sido localizada a sua mãe e muito menos o pai ou qualquer outro parente. “Como pode ver, não temos tantos bebés abandonados, como se refere” – disse a entrevistada, explicando ainda que o que tem acontecido com uma certa frequência são os casos de bebés que ficam algum tempo no berçário, em consequência da morte das suas mães.

Para este tipo de casos, segundo Ermelinda Gomes, procura-se localizar os pais, através do sector interno da Acção Social, que entra em contacto com a Direcção Provincial da Mulher e da Acção Social de Sofala. Trata-se de um processo que leva o seu tempo, de acordo com as suas palavras, o que se pode confundir que os bebés tenham sido abandonados. “Temos tido familiares das parturientes que afirmam que pensávamos que os bebés morreram” – disse a fonte, acrescentando que alguns bebés acabam parando no infantário provincial de Sofala, porque os pais das crianças alegam falta de condições para sustentá-los.

ÍNDICE DE MORTALIDADE REDUZ-SE

Ainda segundo o jornal Diário de Moçambique, o índice da mortalidade de bebés reduziu nos últimos tempos de 30 para 20 por cento naquele berçário, mercê do melhoramento dos recursos humanos e materiais. Ermelinda Gomes explicou que o berçário já tem a água canalizada, o que melhora as condições higiénicas, propiciando a redução das mortes de bebés, que nascem antes de atingirem o período normal compreendido entre 28 e 42 semanas. “O número de bebés que atendemos por ano está entre 1.800 e dois mil. Reduzimos bastante os casos de mortes e estamos, por isso, satisfeitos” – disse Ermelinda, anotando que “repare que antes não tínhamos a água canalizada e era difícil trabalhar”.

Segundo a directora do departamento de Pediatria, nos dias que correm, o número de bebés que dão entrada no berçário flutua, podendo atingir 50. Aliás, na sexta-feira estavam internadas 30 crianças recém-nascidas, assistidas por sete enfermeiras que formam três turnos. Ermelinda Gomes afirmou constituir dificuldade o espaço físico daquele berçário, que se revela pequeno. “Mas aguardamos que uma solução apareça a qualquer momento, porque as autoridades da Saúde estão a trabalhar sempre no sentido de melhorar as condições de atendimento dos utentes” – afirmou a nossa entrevistada.

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