O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ameaçou nesta quinta-feira expulsar do país a CNN se a emissora norte-americana não mudar a sua cobertura dos protestos anti-governamentais, a qual qualificou de “propaganda de guerra”. A onda de protestos que deixou pelo menos cinco mortos intensificou-se nesta quinta-feira.
Opositores montaram barricadas nos bairros ricos de Caracas e em cidades do interior, depois de uma noite violenta na capital com enfrentamentos entre manifestantes e forças de segurança. “Eu disse à ministra (da Comunicação) que notifique a CNN que começamos o processo administrativo para tirá-los da Venezuela se não corrigirem (a cobertura)”, disse Maduro num evento transmitido em rede de rádio e televisão.
O mandatário disse que a emissora internacional tem como objetivo “justificar uma guerra civil” e a “intervenção” de tropas norte-americanas na Venezuela. “Que a CNN se vá da Venezuela, já basta de propaganda de guerra, não aceito propaganda de guerra contra a Venezuela, se não corrigirem, fora da Venezuela CNN, fora!”, acrescentou Maduro.
Milhares de venezuelanos protestam nas ruas há três semanas contra a elevada inflação, a escassez de produtos básicos e a falta de segurança no país produtor de petróleo. Na semana passada, o canal internacional de notícias em espanhol NTN24, transmitido da Colômbia, denunciou que o seu sinal na Venezuela foi cortado enquanto informava sobre os confrontos entre opositores e partidários do governo.
A CNN transmite notícias por meio do serviço de televisão a cabo na América Latina. Os venezuelanos denunciam um “apagão informativo” porque as principais emissoras de rádio e televisão – a maioria nas mãos do Estado – não transmitiram os fatos mais violentos dos enfrentamentos.