A cantora pop Madonna vestiu a balaclava, gorro que é a marca registada da banda punk Pussy Riot, durante um show em Moscovo, para exigir que a Rússia liberte as três integrantes do grupo que estão a ser julgadas por invadir uma igreja ortodoxa russa e cantar um protesto contra o presidente do país, Vladimir Putin.
A cantora norte-americana também tirou a blusa, mostrando o seu sutiã preto e o nome da banda escrito nas costas, em apoio ao protesto da banda punk contra as estreitas ligações entre o presidente e o clero na principal catedral de Moscovo.
“Sei que existem muitos lados para cada história, e não quero desrespeitar a igreja ou o governo, mas acho que essas três meninas, Masha, Katya, Nadya, fizeram algo corajoso”, disse Madonna sob aplausos fortes da plateia no estádio Olympiysky de Moscovo, na noite da Terça-feira (7). “Rezo pela liberdade delas”, contou.
Maria Alyokhina, 24, Nadezhda Tolokonnikova, 22, e Yekaterina Samutsevich, 29, podem pegar até três anos de prisão por invadir o altar da Catedral do Cristo Salvador, a 21 de Fevereiro, e cantar uma “oração punk”, pedindo à Virgem Maria para livrar a Rússia de Putin, que está no poder desde 2000.
Os membros do grupo escondem a sua identidade usando balaclavas coloridas durante os protestos. Madonna vestiu uma balaclava preta num momento durante o show como demonstração de apoio.
Ecoando os comentários que ela fez em entrevista à Reuters antes do show, Madonna deixou claro que acreditava que as mulheres já haviam “pago o preço”, depois de passarem cinco meses sob custódia desde a sua prisão.
“Sei que todos neste auditório, se estão aqui como meu fã, sentem que elas têm o direito de ser livres”, disse. O caso é visto pela oposição como parte duma ampla repressão de Putin contra a dissidência, depois dos maiores protestos desde que ele subiu ao poder em 2000, incluindo o endurecimento das normas sobre a Internet e o aumento da multa para manifestantes.