Niosta Cossa é um novo cronista moçambicano. Lançou, esta Quarta-feira (05), o seu livro titulado “Livro Livre”. Nos próximos tempos aspira atingir a reputação de Machado da Graça, Tomás Vieira Mário, entre escritores de renome no género literário e/ou jornalístico que acaba de expelir para o público.
Niosta Cossa diz não temer aventuras. Escreve e descreve de forma sólida os problemas que caracterizam maior parte dos bairros periféricos. Aliás, ele vive na periferia, no agitado bairro de Laulane, um espaço da cidade de Maputo que a par de outros tantos espaços, ele vê com um olhar crítico.
Nesse contexto, a partir do conteúdo da obra a que nos referimos, forjamos o título “Livro Livre” de Laulane e arredores. De Laulane porque é de lá que brotou. Arredores porque os problemas daquele bairro são similares aos de tantos outros bairros desta urbe.
Em “Livro Livre”, do jovem escriba, passam-se cenários como a pressa com que os homens agem todos os dias, a frustração, a nostalgia, a fome e a sede. Da obra, não ficam de fora os movimentos atabalhoados diários de um Laulane que lhe fazem dizer de viva voz: “escrevo por paixão. Actualmente amo brincar com as palavras. Construir frases, desconstruir conceitos e inaugurar novos mundos, ou redescobrir os velhos”.
A relação deste autor com o seu meio, leva-nos a revisitar um outro cronista que, constantemente, se camufla na posição de contador de estórias: Marcelo Panguana. Este, nas suas obras “O Chão das Coisas” e “Como um louco ao fim da tarde”, faz quase que sistematicamente, uma radiografia dos problemas do quotidiano, sem deixar de os relacionar com os tempos idos.
O lançamento do “Livro Livre”, lembre-se, de Niosta Cossa, aconteceu na Escola de Artes e Comunicação da Universidade Eduardo Mondlane. Foi um acto presidido pelo académico Cremildo Bahule, este que por sua vez, é autor da satírica obra “Carlos Cardoso: um poeta de consciência profética” e do “Babalaze: A Outra Margem da Verdade”.
Para Bahule, Niosta Cossa é um autor de que o país precisa e vem para enriquecer o Moçambique literário que se está a consolidar. Daí, a leitura do “Livro Livre” não é só por necessidade de entretenimento, mas também por se um livro que aborda o quotidiano por todos conhecido.
Com Niosta Cossa, estamos perante uma escrita não muito nova, mas que extravasa as regras clássicas de sua produção literária. Na verdade, estamos diante de um autor que se consolida entre o dizer o que pensa e o dizer o que sabe, e o que outros pensam.