Para além dos financiamentos de tesouraria que o Governo tem dado o @Verdade apurou que as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) só continuam a operar porque outras duas empresas estatais as têm financiado, tratam-se da Petróleos de Moçambique (Petromoc)e os Aeroportos de Moçambique (AdM) a quem a companhia aérea deve cerca de 5 biliões de meticais.
Cerca de 40 por cento do passivo total das LAM, que era de 16,1 biliões de meticais no fecho do exercício financeiro de 2017, corresponde a dívidas com fornecedores que aumentou de 4,1 biliões em 2016 para 6,3 biliões no ano findo.
O @Verdade apurou, nas Demonstrações Financeira Auditadas, que os principais fornecedores a quem a companhia aérea de bandeira nacional não pagou pelos bens e serviços prestados Petromoc e a AdM.
À Petróleos de Moçambique as Linhas Aéreas de Moçambique deviam, até a petrolífera estatal interromper o fornecimento de combustíveis e lubrificantes, 2,6 biliões de meticais.
Um montante que se acumula há vários anos mas que disparou entre 2015 e 2016 durante a Administração de Silvestre Sechene, Marlene Manave, Jeremias Tchamo, João Carlos Pó Jorge (o agora nomeado director-geral das LAM) e Carlos Fumo.
A 31 de Dezembro de 2015 as LAM deviam 189.665.428 meticais à Petromoc, montante que cresceu mais de 500 por cento para 1.192.182.886 meticais.
No primeiro ano da Administração de Pinto de Abreu, Antonio Pinto, Hélder Júlio da Silva Fumo, Carlos Vasco Sitoe e Faizal Abdul Gafar essa dívida continuou aumentar, em mais de um bilião de meticais, para 2.611.607.286 meticais.
Esta dívida terá contribuído substancialmente para os piores resultados de sempre da petrolífera estatal, que entretanto também teve o seu Conselho de Administração reestruturado, que fechou o exercício económico de 2016 com um resultado líquido negativo de 3.610.332.790 meticais.
Mas em vez de cobrar a dívida e cortar o fornecimentos de combustíveis e lubrificantes a Administração de Fernando Uache repassou a sua operação de combustíveis e lubrificantes em Moçambique para a petrolífera Puma Energy Moçambique, numa altura em que o preço dos Jet A1 deixou de ser controlado pelo Governo.
Não sendo estatal, embora tenha fortes ligação com influentes membros do partido Frelimo, a Puma Energy Moçambique simplesmente condiciona o abastecimento das aeronaves das LAM e da Moçambique Expresso (MEX) ao pagamento antecipado, o que contribuiu para o caos em que mergulhou a companhia aérea de bandeira nacional.
Dívida aos Aeroportos aumentou nove vezes entre 2015 e 2017
Aos Aeroportos de Moçambique as LAM deixaram de pagar as elevadas taxas aeroportuárias de sobrevoo e aterragem desde 2014. Nas contas analisadas em exclusivo pelo @Verdade constata-se que a 31 de Dezembro de 2015 a dívida de 263.347.856 meticais do ano anterior mais do que duplicou para 556.602.513 meticais.
No entanto, no exercício económico de 2016, o montante triplicou para 1.493.376.581 meticais e no ano seguinte, mesmo com a redução da frota e consequentemente do número de voos, a dívida cresceu quase um bilião de meticais para 2.407.168.242 meticais contribuindo em parte importante para os prejuízos de 7,6 biliões de meticais que os AdM registaram.
Dentre os restantes fornecedores nota-se um esforço, ou pressão com o condicionamento do fornecimento de bens e serviços, das Linhas Aéreas de Moçambique amortizarem o passivo corrente à saber: