A construção de uma linha de caminho-de-ferro ligando Moatize e o corredor do Norte, que dá acesso ao porto de Nacala, deverá estar concluída em 2014, constituindo-se na alternativa mais viável para a exportação de carvão, dadas as limitações da linha de Sena, de acordo com o diário Notícias.
Desde o princípio dos seus investimentos em Moçambique, a brasileira Vale equacionou as exportações através de Nacala, tendo, numa determinada fase, abandonando o projecto na esperança de que a linha de Sena seria viável para o efeito mas, uma vez provadas as limitações da linha, a companhia brasileira voltou a colocar Nacala na sua agenda. Nacala dispõe de um porto de águas profundas com condições para a atracação de navios de grande calado que, pelas suas dimensões, tornam viável as operações de exportação de carvão.
Falando domingo passado no lançamento das operações mineiras da mina de Moatize, o presidente da Vale, Roger Agnelli, disse que o projecto está actualmente a ser avaliado e analisado embora tenha acrescentado que a construção daquela linha de caminho-de-ferro representa a sobrevivência da extracção de carvão na província de Tete. Agnelli reiterou que o grande constrangimento actual é exactamente a limitação da capacidade de transporte da linha de Sena que neste momento apenas consegue escoar quatro milhões de toneladas por ano, isso depois das intervenções pontuais que estão a ser feitas pela empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, após a retirada do concessionário indiano.
Para além de escoamento do carvão, a localização geográfica do corredor do Norte é estratégica para a logística dos países da África Austral, particularmente Malawi, Zâmbia e Botswana, sem acesso ao mar. A linha férrea, com uma extensão estimada em 900 quilómetros, tem um custo avaliado em 2 mil milhões de dólares.