O Presidente da República, Filipe Nyusi, inaugurou, quinta-feira, 3 de Outubro, na província de Tete, a nova ponte sobre o rio Revúbuè, que liga as cidades de Tete e de Moatize, para além de acomodar o tráfego pesado de e para o hinterland.
Com 400 metros de comprimento e nove de largura, a nova infra-estrutura foi construída de raiz e custou aos cofres do Estado, através do Fundo de Estradas, cerca de 900 milhões de meticais. A ponte, de estrutura metálica, tem capacidade para suportar até 56 toneladas. Os seus 34 pilares foram cravados a uma profundidade de 18 metros, sendo que a sua construção foi realizada com base nas melhores práticas de engenharia moderna, com vista a garantir a sua segurança, durabilidade, robustez e estabilidade.
A construção desta ponte surge depois da anterior ter sido danificada em 2019, após a passagem do ciclone Idai. Depois de beneficiar de obras de reparação, foi reaberta ao tráfego em 2020, mas voltou a ser afectada em 2022, pelo ciclone Ana. Na altura, colapsaram cinco pilares consecutivos, numa extensão de 10 metros, correspondendo a seis vãos de 20 metros cada. Em resposta, foram criadas condições mínimas para a travessia de pedestres e motorizadas, através da instalação de um tabuleiro metálico com uma extensão de 120 metros.
Dados os impactos no transporte de pessoas e bens, foram iniciados estudos geotécnicos e geológicos para a construção da actual ponte, cuja inauguração marca o reinício da circulação de viaturas, incluindo as pesadas. Para o Presidente da República, a infra-estrutura representa um marco importante para resolução dos problemas de mobilidade enfrentados pelas populações, com destaque para as das cidades de Tete e Moatize, para além de aliviar a sobrecarga sobre a ponte Samora Machel, onde a mobilidade de camiões de carga é limitada, sobretudo os que se deslocam do Porto da Beira para os países vizinhos e vice-versa.
A propósito, Filipe Nyusi fez questão de frisar que a construção da ponte está inserida num processo mais amplo de melhoramento da transitabilidade da Estrada Nacional Número Sete (EN-7), um corredor que é usado com frequência pelos países do hinterland, tais como Zimbabwe, Zâmbia e Malawi, sendo que, neste momento, para além da conclusão desta infra-estrutura, decorre a manutenção periódica dos troços da estrada Vandúzi-Catandica-Changara.
“A ponte sobre o rio Revúbuè não é apenas uma infra-estrutura física que liga margens, mas um símbolo de progresso, integração regional e avanço económico para Moçambique. Ela é essencial para absorver todo o tráfego pesado de mercadorias, especialmente as provenientes ou destinadas ao hinterland”, considerou.
Integrada no Corredor de Tete, uma via crucial para o transporte de bens, a abertura da ponte sobre o rio Revúbuè vai conferir maior fluidez à circulação de viaturas, reduzindo significativamente o tempo de transporte e facilitando o escoamento de produtos, para o mercado nacional e internacional.
“A redução da distância irá, sem dúvida, reduzir os custos operacionais e optimizar o transporte de recursos estratégicos, que têm uma importância vital para a economia local e nacional. Este factor será crucial para o incremento das actividades comerciais e industriais ao longo deste corredor”, acrescentou.
O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, presente na cerimónia, reafirmou o compromisso do sector de obras públicas com a construção de infraestruturas que promovam o desenvolvimento socioeconómico do país. Tendo relembrado aos presentes, que “desde Fevereiro, quando anunciámos o plano para a construção desta ponte, surgiram muitas dúvidas e críticas desacreditando a viabilidade do projecto, chegando a acusar o sector de faltar à verdade”, recordou o ministro.
Carlos Mesquita enfatizou que, com um plano bem traçado, foco no trabalho e sentido de compromisso, foi possível superar todos os desafios e entregar a infraestrutura prometida, completamente financiada pelo orçamento do Estado, através do Fundo de Estradas. Para finalizar, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos destacou que ainda há muito trabalho a ser feito e que o sector continuará a apresentar resultados concretos ao povo moçambicano, sempre visando a melhoria das condições de vida e o desenvolvimento sustentável.
“Vamos continuar a abusar da energia do nosso Presidente, pois até ao final do seu mandato ainda teremos mais infraestruturas por inaugurar e colocar à disposição da sociedade moçambicana”, concluiu Carlos Mesquita.