A chanceler alemã, Angela Merkel, e outros líderes europeus concordaram em não se encontrar com o candidato socialista à Presidência da França, Francois Hollande, durante a sua campanha, devido ao seu plano de renegociar o tratado de disciplina orçamentária, informou a revista alemã Der Spiegel.
Além da chanceler alemã, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, juntaram-se ao acordo.
Em seguida, foi a vez de o líder britânico, David Cameron, de também entrar, mesmo sem ter assinado o tratado, disse a revista sem citar as fontes.
Uma porta-voz do governo alemão negou a informação, este Domingo, comentando: “Cada líder do governo decide por conta própria se vai ou não encontrar-se com o Sr. Hollande”.
Hollande lidera as pesquisas presidenciais na França, cujas eleições ocorrerão em dois turnos entre Abril e Maio. P
erguntada se, Merkel, encontrar-se-ia com Hollande, em Berlim, a porta-voz disse: “Até agora não há nada marcado”.
Hollande visitou Londres, há quatro dias, para encontrar-se com os franceses e reafirmar ao sector financeiro que “não é perigoso”.
Ele reuniu-se com o líder do oposicionista Partido Trabalhista britânico, Ed Miliband, mas não com Cameron.
Hollande afirmou que tem apoio de governos esquerdistas da Bélgica e Dinamarca, e que não precisa de ajuda do que chamou de “os governos mais conservadores da Europa”.
Força política
Hollande quer renegociar um novo tratado de disciplina fiscal na Europa, lançado pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, e pela chanceler alemã, Angela Merkel, mas rejeitado por Cameron.
A proposta de Hollande é adicionar cláusulas de crescimento e unidade. Merkel apoia Sarkozy e preocupa-se com a possibilidade de a França ser dirigida por um homem cuja campanha foi classificada por um dos seus legisladores como um “anacronismo esquerdista”.
A chanceler também está a relutar em perder a força política que ela construiu com Sarkozy no combate à crise da dívida na Europa.
O candidato de extrema-esquerda Jean-Luc Melenchon falou sobre o pacto de não receber Hollande à rádio francesa Europe 1, este Domingo: “Se esse for o caso, confirma a nossa tese. A batalha está a ocorrer a nível europeu. Os conservadores estão a juntar-se para tentar defender a sua liderança na França, porque eles sabem muito bem que, se houver uma brecha na França, será contagioso”.
“Eles têm todas as razões para estar temerosos. Eles estão para receber a lição que merecem, porque creio que a França vai expulsar Sarkozy da Presidência”, afirmou.