O líder dos piratas somalis que tiveram sob poder por cinco dias o capitão americano de um cargueiro prometeu atacar cidadãos dos Estados Unidos para vingar a morte de três de seus homens.
“Estes americanos mentirosos mataram nossos amigos que haviam aceitado libertar o refém sem resgate, mas eu afirmo que isto levará a medidas de represália. Atacaremos em particular cidadãos americanos que viajarem em nossas águas”, afirmou o chefe do grupo de piratas, Abdi Garad, na cidade costeira de Eyl, 800 km ao norte de Mogadíscio.
“Não é o fim do mundo. Vamos intensificar nossos ataques, inclusive bem longe das águas somalis. Da próxima vez que pegarmos um americano, não esperem nenhuma piedade do nosso lado”, completou.
O capitão americano Richard Phillips foi libertado no domingo pela Marinha americana, depois de passar cinco dias sequestrado por piratas somalis em um bote salva-vidas. Três piratas morreram na operação no Oceano Índico e um quarto foi detido.
Antes da operação da Marinha americana, chefes tribais somalis tentaram intermediar as negociações para convencer os piratas a libertarem Phillips. “Fizemos o possível para negociar este sequestro pacificamente, mas os piratas se obstinaram a pedir outro barco para transferir o refém e todos os contatos com responsáveis americanos foram abandonados domingo à tarde”, indicou à AFP um desses chefes, Mohamed Dualé.
O “Maersk Alabama”, um porta-contêineres da empresa americana Maersk Line, com 20 marinheiros americanos a bordo foi atacado quarta-feira 8 de abril às 05H00 GMT a cerca de 500 km das costas somalis. A tripulação conseguiu recuperar o controle do barco na quarta-feira à noite em circunstâncias confusas.
O capitão Phillips ofereceu-se como refém em troca da libertação da tripulação. O cargueiro e o restante da tripulação chegaram sábado ao porto queniano de Mombasa. No domingo, os marinheiros celebraram com champanhe e agitando a bandeira de seu país a libertação do capitão.
O presidente americano, Barack Obama, declarou-se muito feliz pelo desenrolar do sequestro e pediu mais esforços para impedir outros sequestros de barcos. O governo somali também comemorou o resultado da operação e considerou que contribui para erradicar a pirataria marítima. A operação comando de domingo foi a segunda em poucos dias na zona.