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Líder de oposição do Zimbabwe é detido após deportação da Zâmbia

A polícia do Zimbabwe colocou o ex-ministro das Finanças e líder de oposição Tendai Biti sob custódia nesta quinta-feira, depois que autoridades da Zâmbia rejeitaram o seu pedido de asilo e o deportaram, disseram os seus advogados.

Segundo a polícia, Biti e oito outras figuras proeminentes da oposição supostamente fomentarem a violência na esteira da acirrada eleição nacional do Zimbabwe na qual o presidente Emmerson Mnangagwa foi declarado vencedor.

“A informação que temos é que agora ele está sendo escoltado por detetives de volta a Harare”, disse Alec Muchadehama, um dos vários advogados zimbabweanos que representam Biti, à Reuters.

A porta-voz da polícia nacional, Charity Charamba, disse não ter informações sobre o caso de Biti.

Seis pessoas morreram na semana passada em uma ação repressiva do Exército a protestos contra a vitória do partido governista Zanu-PF, de Mnangagwa.

O seu principal rival, o líder opositor Nelson Chamisa, acusou o governo de reprimir membros de seu partido.

Biti, cujo Partido Democrático do Povo formou uma aliança com o Movimento pela Mudança Democrática (MDC), de Chamisa, estava escondido desde a semana passada e teme pela sua vida, disse um dos seus advogados, Nqobizitha Mlilo.

Crítico sem papas na língua, Biti está quase na mesma situação em que se encontrava em 2008, quando foi preso por anunciar que o falecido líder do MDC, Morgan Tsvangirai, havia vencido uma eleição presidencial. Mais tarde resultados mostraram que Tsvangirai derrotou o ex-presidente Robert Mugabe, mas não com votos suficientes para evitar um segundo turno.

A embaixada britânica em Harare disse estar a acompanhar atentamente o caso do ex-ministro e que conversou com autoridades do Zimbabwe e da Zâmbia.

“Nós (e outros) estamos esperando garantias claras das autoridades zimbabweanas de que sua segurança será garantida e seus direitos constitucionais plenamente respeitados”, disse a embaixada na rede social Twitter.

Os tumultos pós-eleição lembram as eleições questionadas do governo de quatro décadas de Mugabe, deposto em novembro por um golpe militar.

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