O líder do grupo extremista sunita Sipah-e-Sahaba do Paquistão, considerado ilegal desde 2002 por envolvimento em atentados contra a minoria xiita, foi assassinado esta segunda-feira, provocando distúrbios na cidade de Karachi, anunciou a polícia.
Ali Sher Haideri, que era chamado por seus partidários de ulemá, foi atacado por um homem que abriu fogo em Pir Jo Goth, na província de Sind, sul do país. Um de seus colaboradores também foi morto, assim como o autor do ataque, que foi atingido pelos tiros de um segurança de Haideri, explicou à AFP Pir Muhamed Shah, um oficial da polícia local. A polícia acredita que o assassino, que não teve a identidade divulgada, agiu motivado por uma disputa pessoal.
O Sipah-e-Sahaba é um grupo integrista do braço sunita do islã. Amplamente majoritário no Paquistão, foi proibido em 2002 depois de ter se envolvido em diversos ataques contra a comunidade xiita, frequentes no Paquistão. Os assassinatos provocaram distúrbios na cidade de Karachi, capital da província de Sindh, onde manifestantes queimaram um ônibus e um carro, e dispararam armas de fogo, disseram testemunhas e a Polícia. “Um de nossos oficiais e outros dois policiais foram feridos pelos disparos efetuados por homens armados durante os distúrbios”, informou à AFP o chefe da Polícia da cidade, Waseem Ahmad.
Sete membros do grupo Sipah-e-Sahaba foram detidos, indicou. Os xiitas representam 20% dos 168 milhões de habitantes do país. Mais de 4.000 pessoas morreram desde o final dos anos 1980 em decorrência da violência entre sunitas e xiitas, a maioria pertencia a esta última comunidade.
