O líder da junta militar que governa o Mali apelou por ajuda externa, nesta sexta-feira, para auxiliar na segurança do país situado no oeste da África, depois que rebeldes separatistas tuaregues tomaram a estratégica cidade de Kidal, no norte.
As armas provenientes do conflito do ano passado na Líbia intensificaram uma rebelião no norte do Mali. O presidente Amadou Toumani Toure enfrentava uma impopularidade cada vez maior por não conseguir deter a rebelião quando foi derrubado em um golpe na semana passada. Mas o golpe deu mais força aos rebeldes, enquanto os líderes do golpe receberam condenação internacional -incluindo dos vizinhos, que na quinta-feira lhes deram 72 horas para deixar o poder ou perder o financiamento de bancos.
“O nosso Exército precisa da ajuda dos amigos de Mali para salvar a população civil e a integridade territorial de Mali”, disse o líder do golpe, capitão Amadou Sanogo, a jornalistas no quartel perto da capital Bamaco, que serve agora como a presidência do país.
Os rebeldes, que começaram a lutar por um norte independente em janeiro, aproveitaram-se da confusão para preparar ofensivas nos três centros regionais da região norte do Mali. Nas suas fileiras está o grupo islâmico Ansar Edine, com laços pessoais com militantes locais da Al Qaeda e que promove a lei da sharia.
Reivindicando a sua vitória mais significativa até agora, o grupo rebelde MNLA disse no seu site que tomou a cidade de Kidal, de 25 mil habitantes, após 48 horas de confronto. “O MNLA continuará a avançar para as outras duas capitais regionais de Azawad”, disse o grupo, referindo-se ao território do norte, no deserto.
Uma declaração da junta confirmou a queda de Kidal. “A fim de preservar a vida das pessoas de Kidal, o comando militar decidiu não prolongar a batalha”, diz o documento, acrescentando que entre os rebeldes estão o MNLA, o Ansar Edina e homens da Al Qaeda.
Uma fonte militar em Kidal disse à Reuters que soldados abandonaram posições em um campo para coordenar uma contra-ofensiva.