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Líder da Renamo ameaça voltar a fechar principal estrada de Moçambique

O líder do partido Renamo, Afonso Dhlakama, ameaçou neste Domingo(05) voltar a paralisar a principal estrada que liga o sul e o norte de Moçambique (N1) e expulsar administradores do Governo, assegurando que não precisará de usar a força. “Vou esticar a corda e acabar com a paciência”, avisou Dhlakama no discurso das cerimónias do 35º aniversário do Destacamento Feminino do partido Renamo, celebrado  numa antiga base do movimento, em Macoca, posto administrativo de Dombe, Manica, no centro de Moçambique.

No seu discurso, o líder da Renamo insistiu que vai continuar a exigir a criação de autarquias provinciais, como forma de ultrapassar o que alega ter sido uma fraude nas eleições de 15 de Outubro de 2014, ameaçando que voltará a paralisar a EN1, à semelhança do que aconteceu durante 17 meses, no último conflito com o Governo e que só cessou em Setembro do ano passado, com um número desconhecido de mortos e milhares de deslocados.

“Vou parar a estrada e dizer que nenhuma viatura passa hoje”, afirmou Dhlakama, do mesmo modo que diz que vai evacuar edifícios públicos e expulsar administradores locais nomeados pelo Governo, “sem fazer guerra e sem bater em ninguém”.

O presidente da Renamo voltou a afirmar que já “engoliu muitos sapos” no que chama a sua luta pela democracia em Moçambique e repetiu a ameaça de que, se o partido Frelimo “continuar a brincar”, vai “governar à força”.

Dhlkama dirigiu-se ao actual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, recomendando que não siga os conselhos dos seus antecessores, Joaquim Chissano e Armando Guebuza, por considerar que os tempos mudaram e desta vez tem de ser levado a sério.

A Renamo contesta o resultado das últimas eleições gerais e propõe a criação de autarquias à escala provincial em todo o país, mas pretende governar com efeitos imediatos nas seis regiões onde reivindica vitória eleitoral. O projecto das autarquias provinciais foi chumbado no parlamento pela maioria da Frelimo, mas Afonso Dhlakama já declarou que este modelo de governação vai avançar “a bem ou a mal”.

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