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Líder da oposição no Uganda rejeita resultados

Yoweri Museveni foi declarado vencedor nas eleições presidenciais da passada sexta-feira com 68 por cento dos votos O seu rival Kizza Besigye reuniu apenas 26 por cento, naquela que foi a sua terceira tentativa consecutiva falhada para destronar Museveni, há 25 anos no poder. Os resultados foram anunciados na televisão estatal pelo presidente da Comissão Eleitoral Ugandesa. Mas Besigye já contestou os resultados alegando fraude.

Este fim-de-semana o líder da oposição, que em tempos chegou a ser o médico pessoal do presidente, ameaçou a convocação de manifestações de rua contra o que diz ser um processo que não foi nem livre nem justo.

Fraude

“Umas eleições conduzidas sob um ambiente como este não pode reflectir a vontade popular; e claramente as instituições do Estado responsáveis pela gestão das eleições não cumpriram o seu dever para com o nosso país”, afirmou Besigye. E acrescentou: “Portanto decidimos, primeiro, rejeitar categoricamente os resultados e, segundo, rejeitar a liderança do senhor Yoweri Museveni e de quaisquer indivíduos que ele venha a nomear.”

O partido no poder foi ainda acusado de usar recursos do estado para comprar votos, e apesar de uma votação na sua generalidade pacífica, houve registos de confrontos pontuais entre apoiantes de candidatos rivais nas listas para lugares no parlamento.

‘Turistas de eleições’

O candidato derrotado advertiu ainda a comunidade internacional para estar preparada para a possibilidade do estalar de instabilidade em resultado do que descreveu como eleições fraudulentas. Para Kizza Besigye os observadores nestas eleições – a quem chamou de turistas de eleições – não cumpriram devidamente o seu trabalho, acusando-os de não identificarem as irregularidades cometidas.

Mas, o chefe da missão de observação da União Europeia, Edward Scicluna, sublinhou a existência de falhas inaceitáveis na forma como as eleições decorreram: “O processo eleitoral ficou manchado por falhas administrativas e logísticas evitáveis, e sublinho a palavra evitáveis. É um cnojunto de várias falhas, mas essencialmente administrativas e de logística que fez com que um número inaceitável de cidadãos ugandeses fosse relegado neste processo.”

Gastos elevados

Scicluna acrescentou ainda que as vantagens que o partido no poder gozou durante a campanha eleitoral ultrapassou níveis considerados normais. O correspondente da BBC em Campala diz que vários analistas prevêm que a economia ugandesa se deverá ressentir dos gastos elevados feitos pelo partido de Museveni antes das eleições.

O presidente re-eleito já prometeu contudo combater quaisquer tentativas de manifestações populares.

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