Uma semana de combates entre tribos rivais no sul da Líbia mataram pelo menos 147 pessoas, informou o governo no sábado, que também disse ter negociado um novo acordo para um cessar-fogo entre os dois lados.
Os confrontos na cidade de Sabha foram entre integrantes do grupo étnico Tibu, muitos dos quais são originalmente do vizinho Chade, e milícias locais de Sabha. Os confrontos enfatizam a fragilidade da capacidade de controle do governo da Líbia, mais de seis meses depois que uma revolução acabou com o domínio de Muammar Khaddafi, assim como a volatilidade de um país inundado de armas que sobraram da rebelião.
A ministra da saúde, Fatima al-Hamroush disse no sábado que 147 pessoas morreram e 395 foram feridas, desde que os confrontos começaram, há uma semana. Ela disse que o governo enviou vinte carros lotados de materiais médicos para a região de Sabha e que tinha transportado 187 pessoas de ambos os lados dos confrontos, para Trípoli, para que recebessem atendimento médico.
O primeiro-ministro interino, Abdurrahim El-Keib disse aos repórteres que uma trégua estava em vigor agora. O governo já havia anunciado outras tréguas anteriormente nos últimos dias, mas elas foram interrompidas. O primeiro-ministro disse que uma delegação, incluindo os ministros de interior, da defesa e da saúde, viajou para Sabha na última semana para negociar um acordo de paz.
“Estamos aflitos pelo sul e lamentamos que os confrontos tenham chegado a esse ponto,” disse El-Keib. “O governo está trabalhando para resolver o problema. Chegamos a um acordo para um cessar-fogo.” Existem tensões históricas no sul da Líbia, entre as tribos que se consideram como sendo nativas do país e outras, como a Tibu – que muitos líbios árabes vêem como forasteiros com raízes em outras partes da África.
O Conselho de Transição Nacional (NTC) que está no poder, ainda luta para afirmar sua autoridade em todo país, onde as milícias rivais e grupos tribais lutam pelo poder e por recursos, depois da queda de Khaddafi.
No mês passado, dezenas de pessoas morreram durante dias de confrontos entre tribos na província de Al Kufra. As forças armadas acabaram intervindo para parar os confrontos, num raro exemplo do governo de Trípoli de impor sua autoridade. Integrantes do grupo étnico Tibu também estavam envolvidos nos confrontos em Kufra.