O Standard Bank lançou, sexta-feira, 17 de Novembro, em Maputo, o African Trade Barometer (SB ATB), um índice trimestral, que fornece uma análise dinâmica e perspicaz, para promover o desenvolvimento do ecossistema comercial do continente africano.
Trata-se de uma iniciativa que tem como propósito criar um índice comercial do continente para suprir a lacuna de informações fiáveis do sector, bem como para apoiar e permitir o crescimento do comércio interno.
Com o SB ATB, pretende-se, ainda, preencher a falta de dados sobre o comércio em todo o continente africano, através de informações actualizadas de inquéritos sobre as opiniões das empresas no ambiente em que operam, o seu comportamento comercial, as actividades comerciais e as suas percepções sobre o comércio.
Segundo o administrador delegado do Standard Bank, Bernardo Aparício, o instrumento constitui um excelente canal para os empresários moçambicanos, para além de outros tomadores de decisões, identificarem oportunidades de negócio no País, em particular, e no continente africano, em geral.
“O African Trade Barometer fornece informações actualizadas, obtidas através de inquéritos às empresas, nos quais elas comentam sobre as suas percepções sobre o comércio. Acima de tudo, o índice apresenta as oportunidades existentes em Moçambique, expondo, desta forma, os nossos empresários a parcerias dentro do continente”, sublinhou Bernardo Aparício.
O acto de lançamento contou com a presença do assessor da Direcção-Geral da Agência para a Promoção de Investimento e Exportações (APIEX), Nuno Mapossa que, na sua intervenção, considerou que o SB ATB vai contribuir para o incremento das trocas comerciais entre os países africanos, através da difusão de informações sobre os mercados internos.
“Nós, como africanos, trocamos ou comercializamos apenas 16%. O continente africano representa 3% do comércio internacional. Há muito espaço para o comércio. África tem 1.3 trilhão de dólares norte-americanos. Ou seja, há muito dinheiro em África, mas nós não fazemos negócio entre nós, e uma das razões é a falta de informação”, frisou.
Lançado em 2022, o SB ATB já vai na sua terceira edição e abrange sete grandes categorias temáticas de dados com impacto no comércio, nomeadamente a abertura comercial, acesso ao financiamento, estabilidade macroeconómica, infra-estruturas, comércio externo, governação e economia e comportamento financeiro do comércio.
A terceira e mais recente edição, o SB ATB incide as suas abordagens sobre 10 países, designadamente Angola, Gana, Quénia, Moçambique, Namíbia, Nigéria, África do Sul, Tanzânia, Uganda e Zâmbia.
No que diz respeito a Moçambique, o documento aponta a melhoria do nosso País na classificação geral do SB ATB, que passou da sexta posição, em Setembro de 2022, para a terceira. O índice de confiança das empresas moçambicanas melhorou com uma pontuação de 59, em Maio de 2023, um pouco acima da média de 58 para do SB ATB de 57, em Setembro de 2022.
O aumento do PIB e dos fluxos líquidos de Investimento Directo Estrangeiro (IDE) que recuperaram dos efeitos da pandemia, bem como a parte do comércio de mercadorias, impulsionada pelo aumento das exportações em percentagem do PIB, têm um impacto positivo na atractividade da sua capacidade de comércio. Por outro lado, as taxas de juro relativamente elevadas de Moçambique para conter o aumento da inflação interna, devido à inflação global resultante da invasão da Ucrânia pela Rússia, tiveram um impacto negativo na atractividade da sua capacidade de comércio.
O País enfrenta ainda uma situação de infra-estruturas deficitárias, pois as empresas inquiridas consideraram que este factor constitui um obstáculo às suas operações. O fornecimento de energia eléctrica e o estado das estradas continuam a ser o aspecto com pior percepção no País.