Um grupo de moçambicanos, entre jornalistas e dirigentes desportivos, atletas e adeptos, lançou a meio da manhã desta sexta-feira (19), nas redes sociais, sobretudo no Facebook, um movimento social “anti-Faizal Sidat”, com o objectivo de pressioná-lo a demitir-se da presidência da Federação Moçambicana de Futebol (FMF).
O movimento chama-se “huma muzaya”, que em língua nativa da região sul do país significa “saia neto”, mas que na vertente do caso em apreço pode ser entendido como “saia amigo”.“Huma muzaya” surge na sequência dos acontecimentos do passado sábado (13), em Marraquexe, onde a selecção nacional de futebol, os “Mambas”, perdeu vergonhosamente por 4 a 0, deitando, assim, por terra o sonho de milhões de moçambicanos de ver a sua selecção participar no Campeonato Africano de Futebol (CAN) a ter lugar aqui na vizinha África do Sul.
Aquela derrota, com sabor de humilhação ao futebol moçambicano no seu todo, tem gerado muitos debates nos últimos dias, nas televisões e nas redes sociais, onde praticamente se exige responsabilidades, não só aos membros da equipa técnica dos “Mambas”, como também ao próprio presidente da FMF, Faizal Sidat, ora contestado como nunca.
Informações a nosso poder, indicam que um número não especificado de camisetas com o slogan “huma muzaya” e carregadas de um símbolo dos “Mambas” estarão este momento a ser reproduzidas numa serigrafia da capital do país. Aventa-se a hipótese de as mesmas, segundo apurou o @Verdade, serem vendidas à entrada dos campos de futebol durante os jogos do Moçambola, a um preço simbólico de 200 meticais cada.
No princípio da noite desta terça-feira, quando vinha da cidade infernal de Marraquexe, Faizal Sidat chorou em pleno Aeroporto Internacional de Maputo e endereçou um pedido de desculpas ao povo moçambicano. Contudo, parecem não ter valido em nada as lágrimas daquele dirigente visto que as criticas contra si só aumentaram de tonalidade.
Momentos após a criação do movimento “huma muzaya”, a FMF anunciou, através de um comunicado de imprensa, que vai instaurar um inquérito para apurar as reais causas que estiveram por detrás do massacre desportivo em Marraquexe e que culminou com a eliminação deprimente de Moçambique no acesso ao CAN. Aliás, refere o comunicado que serão tomadas medidas correctivas depois de ouvida a explicação da equipa técnica sobre a pesada derrota.
Ministro da Juventude e dos Desportos envolvido no barulho
Depois de a FMF ter confirmado a expulsão de Gert Engels do cargo de seleccionador da equipa principal de futebol, o dossier foi entregue ao Ministério da Juventude e Desportos (MJD) de modo a aprovar a decisão, visto que é esta a última instituição que trata da componente financeira ou seja, quem paga os salários e as chorudas regalias daquele treinador.
Porém, caso se autorize a decisão, visto que o MJD não tem mesmo saída por se tratar de um empregador que não precisa mais dos préstimos daquele anónimo técnico, será a primeira decisão importantíssima do novo ministro Fernando Sumbana Júnior. É caso para dizer que a novela de Marraquexe está ainda anda longe de conhecer o seu último episódio.