A empresa LAM-Linhas Aéreas de Moçambique projecta atingir o ponto de equilíbrio financeiro no próximo ano, dependendo da rapidez com que a economia nacional for a imprimir na sua recuperação, após ter sido severamente afectada pela pandemia do coronavírus.
No decurso da visita da Comissão do Plano e Orçamento da Assembleia da República (AR), efectuada terça-feira, 3 de Maio, à LAM, no âmbito da fiscalização e supervisão parlamentar, o director geral da companhia, João Carlos Pó Jorge, explicou que a meta, quando começou a restruturação, em 2018, era atingir, em três anos, o ponto de equilíbrio financeiro. Entretanto, com a Covid-19 não foi possível alcançar essa projecção: “Pensamos que, em 2023, dependendo da velocidade que a economia terá na sua recuperação, gostaríamos de atingir esse equilíbrio, através da implementação de muita disciplina, rigor e regras na gestão da empresa”, disse.
Desde 2018 que decorre um processo de restruturação da LAM, visando tornar a empresa sustentável do ponto de vista operacional, o que significa dotá-la de capacidade financeira para cobrir os custos, através da receita produzida. Para tal, a LAM pretende melhorar em vários aspectos como a eficiência operacional, ganhando maior fasquia do mercado, abrir o network a mais mercados rentáveis, tornando a transportadora apetecível para os investidores ou para fazer com que o próprio Estado se sinta confortável, em relação ao futuro da empresa.
“Obviamente que servir a dívida, enquanto a empresa for como é agora, é um desafio muito grande. Mas quando a empresa crescer vai poder servir essa dívida”, frisou o director geral, ajuntando que a LAM tem que gerar maior volume de negócio. Para já, a LAM tem redmensionado o seu quadro de pessoal, assim como está a uniformizar a frota, tornando a operação de voos mais eficientes.
Num outro desenvolvimento, João Carlos Pó Jorge indicou que, em termos financeiros, 2019 foi um ano melhor, pois inverteu a tendência decrescente do desempenho da companhia: “O ano seguinte [2020] foi mau. A receita caiu 80 por cento em média. Em 2021, começámos a sentir que estávamos a atingir o ponto de equilíbrio nos custos operacionais, sem incluir o serviço da dívida”.
Por seu turno, o presidente da Comissão do Plano e Orçamento da AR, António Niquice, disse que os deputados constataram que a LAM, apesar do seu potencial, tem estado a enfrentar dificuldades no mercado, alguns dos quais têm a ver com factores conjunturais e estruturais, bem como com o impacto da Covid-19.
“A empresa tem registado rendimentos negativos. Entretanto, há um esforço por parte do Conselho de Administração para garantir que continue a desempenhar o seu papel no mercado”, concluiu.