A Justiça do Trabalho determinou, em decisão liminar, esta sexta-feira (20), que a Fifa siga as suas próprias regras e realize paralisações técnicas para hidratação dos jogadores nas partidas do Campeonato Mundial de Futebol em torno dos 30 minutos de cada parte, quando a temperatura igualar ou superar os 32 graus Celsius.
Em caso de desobediência, a Fifa será multada em 200 mil reais por partida, de acordo com a decisão do juiz Rogerio Neiva Pinheiro, da 1a Vara do Trabalho de Brasília.
A liminar foi concedida no início da tarde desta sexta-feira, depois da audiência de conciliação entre a Fifa e o Ministério Público do Trabalho (MPT) pela manhã. O MPT havia entrado com pedido para que houvesse paralisação quando a temperatura ultrapassasse os 30 graus.
Mas, de acordo com a assessoria, o juiz decidiu manter os 32 graus previstos no regulamento da Fifa. A Fifa considerou a decisão irrelevante, levando em conta que “não alcançamos ou excedemos os 32 graus em nenhum momento de qualquer jogo até agora”, afirmou à Reuters a porta-voz da entidade Delia Fischer.
“O tribunal apenas está a mandar-nos seguir os nossos próprios procedimentos, os quais já havíamos planeado fazer”, acrescentou. Ela não disse se a Fifa pretende contestar a decisão.
Segundo o Ministério Público, “a exposição dos atletas profissionais de futebol a condições climáticas diversas provoca riscos à saúde, diante da intensidade do esforço físico exigido durante as partidas”, de acordo com nota publicada mais cedo no site do TRT.
As condições de calor foram levantadas por membros de algumas equipes europeias – como Itália, Inglaterra e Alemanha – desde o começo do Mundial nos estádios no Norte e Nordeste do país.
Na quinta-feira, Cesare Prandelli, técnico da Itália, havia expressado preocupações com o clima em Recife, onde a sua selecção foi derrotada pela Costa Rica, depois de ter reclamado sobre a ausência de pausas para se refrescar no jogo de estreia contra a Inglaterra, vencido por 2 x 1 e disputado sob forte calor em Manaus.