O julgamento dos nove agentes da polícia sul-africana implicados na morte do taxista moçambicano Mido Macie foi adiado para 16 de Fevereiro de 2015, devido à sobrecarga de trabalho do magistrado que, simultaneamente, está a conduzir outro julgamento igualmente complexo e que não pode ser suspenso para dar andamento ao “Caso Mido Macie”, segundo Tribunal Superior de Delmas, em Joanesburgo.
Refira-se que o julgamento do “Caso Mido Macie” tem sido marcado por sucessivos adiamentos, tendo o último sido interrompido por seis meses. José de Nascimento, advogado da família Macie, disse que este novo adiamento é preocupante para os parentes do moçambicano morto de forma brutal em Fevereiro de 2013 no território sul-africano.
Os polícias acusados são Thamsanqa Ncema, Linda Sololo, Meshack Malele, Motome Ramatlou, Percy Mnisi, Bongumusa Mdluli, Sipho Ngobeni, Lungisa Ewababa e Bongani Kolisi, mas respondem ao caso em liberdade em virtude de terem pago caução. Eles foram detidos minutos depois de um vídeo ter sido divulgado pelo mundo por intermédio de uma rede social, mostrando Macia algemado de costas na parte traseira da viatura da Polícia e a ser arrastado numa estrada alcatroada em Daveyton, em Benoni, por cerca de 400 metros.
Os acusados alegaram que Mido Macie lhes confrontou quando ele recusou tirar o seu táxi que estava mal parqueado e que, por via disso, obstruía o trânsito. Macie foi encontrado sem vida, somente a roupa interior e peúgas, nas celas do Posto Policial de Daveyton, horas depois de ter sido arrastado na referida estrada. As suas calças viriam a ser encontradas horas depois noutro compartimento da mesma subunidade da Polícia.
Os resultados da autópsia indicaram que o moçambicano morreu de asfixia depois de ter sido barbaramente espancado. Durante as audiências, os nove indiciados negaram o seu envolvimento na morte de Macia, alegando que o mesmo estava vivo quando foi encarcerado. O advogado da família de Macia está a mover outro caso contra os polícias para a indeminização dos parentes do finado mas até aqui nada está acordado, segundo José de Nascimento.