O advogado de defesa do réu Arlindo Timane, no caso “sequestradores”, Ângelo Nkutumula, apresentou, esta quinta-feira (22) uma queixa ao Tribunal Judicial da Província de Maputo contestando a presença da Imprensa na sala do julgamento. O causídico alegou que a forma como a media trata a informação colhida na sala de audiência pode influenciar na decisão final da juíza, para além de induzir a opinião pública a condenar os réus antes da sentença do Tribunal.
O defensor referiu-se na altura ao texto publicado no jornal “Notícias” que no seu artigo sobre a matéria refere que o réu Arlindo Timane é apontado como coordenador do rapto, facto que, aliás, consta dos autos apresentados pelo Tribunal.
Nkutumula considera que nalguns aspectos, a Imprensa pode desinformar os cidadãos os cidadãos por causa dos seus erros técnicos. A contestação mereceu ainda apoio do também advogado de defesa, Jeremias Mondlane, defensor dos réus Inácio Mirasse e Manoa Valoi, que, no seu entender, os escribas deviam apenas recolher a informação mas não publica-la até ao dia da sentença.
Por sua vez, a representante do Ministério Público (MP), Glória Adriano, optou por não tecer um comentário profundo alegando desconhecer a matéria constante daquele jornal. No entanto, ela posicionou-se a favor da presença de jornalista na sala de audiência.
A garante da legalidade aconselhou a que qualquer um que porventura se sentisse ofendido pelas notícias publicadas optasse por seguir o que está previsto na lei de Imprensa, o direito a resposta ou contraditório. Até porque, disse, o Tribunal não pode mandar nas redacções.
Na altura, a juíza Berta Zita, depois de ouvir o MP tratou de esclarecer que era importante deixar os jornalistas fazerem o seu trabalho.