Uma juíza russa declarou, esta Sexta-feira (17), as três mulheres da banda punk Pussy Riot culpadas pela acusação de vandalismo motivado por ódio religioso por fazerem um protesto contra o governo na principal catedral de Moscovo.
A juíza Marina Syrova não emitiu imediatamente a sentença, mas os promotores estatais querem uma pena de três anos de cadeia para as três mulheres que invadiram o altar da Catedral Cristo Salvador, em Fevereiro, e apresentaram uma “reza punk” pedindo à Virgem Maria para livrar a Rússia do então primeiro-ministro russo, hoje presidente, Vladimir Putin.
Nadezhda Tolokonnikova, de 22 anos, Marina Alyokhina, de 24, e Yekaterina Samutsevich, de 30, disseram que estavam a protestar contra as relações próximas entre Putin e a Igreja ortodoxa russa e não tinham a intenção de ofender os fiéis.
As acusadas “Tolokonnikova, Samutsevich and Alyokhina cometeram um acto de vandalismo, uma grave violação da ordem pública, mostrando evidente desrespeito pela sociedade”, disse a juíza, alegando que o breve protesto foi baseado em “motivos de ódio religioso e inimizade”.
As três jovens mulheres, algemadas, permaneciam sentadas em silêncio numa cela de vidro no tribunal e de vez em quando sorriam ou davam risadas uma para a outra enquanto a autoridade lia o veredicto.
Centenas de pessoas do lado de fora cantavam “Liberdade” e “Rússia sem Putin!”, e a polícia deteve diversos activistas, incluindo líderes da oposição. “O nosso aprisionamento é um claro e distinto sinal de que a liberdade do país inteiro está a ser tirada”, disse Tolokonnikova numa carta escrita na prisão e colocada na Internet por seu advogado Mark Feigin antes do veredicto desta Sexta-feira.
Os opositores de Putin, que começou um mandato presidencial de seis anos em Maio, retratam o julgamento como parte duma repressão mais ampla do ex-espião da KGB para destruir os seus movimentos de protesto.