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Juiz nega pedido de actriz para tirar o filme anti-islâmico do YouTube

Um juiz da Califórnia negou, esta Quinta-feira (20), o pedido de uma actriz para que fosse removido do YouTube um filme anti-islâmico que desencadeou violentos protestos no mundo muçulmano.

A actriz Cindy Lee Garcia, que disse ter recebido ameaças de morte depois que o vídeo foi colocado no YouTube, pedia a retirada do filme do site, em uma acção judicial contra o Google e um homem da Califórnia ligado à produção do filme.

“O pedido de uma ordem temporária de retirada está negado. A requerente não mostrou uma probabilidade de prevalecer no mérito”, disse o juiz Luis Lavin, da Corte Superior de Los Angeles.

O pedido de Cindy é a primeira acção civil conhecida ligada à produção do vídeo que retrata o profeta Maomé como mulherengo e tolo, e provocou uma onda de violência no mundo muçulmano, semana passada, no aniversário dos ataques de 11 de Setembro de 2001 aos EUA.

A violência incluiu um ataque contra as instalações diplomáticas norte-americanas na cidade líbia de Benghazi, no qual o embaixador dos EUA na Líbia e outros três norte-americanos morreram.

Outras embaixadas norte-americanas e estrangeiras também foram atacadas nas cidades da Ásia, da África e do Oriente Médio por muçulmanos.

Cindy acusou um produtor do filme, identificado por ela como Nakoula Basseley Nakoula, também conhecido como Sam Bacile, de enganá-la para aparecer num filme “odioso”, que ela acreditava ser apenas um filme de aventura no deserto. “Não houve nenhuma menção a Maomé durante as gravações nem no set. Não havia referências a religião nem havia nenhum conteúdo sexual do qual a sra. Garcia estivesse ciente”, diz a acção.

Para muitos muçulmanos, qualquer representação do profeta é uma blasfémia. Caricaturas consideradas como insulto já provocaram protestos e foram condenadas por autoridades, religiosos, muçulmanos comuns e muitos cristãos.

Cindy, que disse ter sido ameaçada de morte depois que o vídeo foi postado no YouTube, acusou Nakoula de fraude e calúnia. Ela também citou o Google e a sua unidade do YouTube como réus no processo iniciado Quarta-feira, alegando que o seu direito à privacidade foi violado e a sua vida colocada em perigo, entre outras acusações.

Um advogado do Google afirmou que os direitos de um actor não protegem aquela pessoa do modo como o filme é recebido.

“Se víssemos dessa forma, diríamos que Arnold Schwarzenegger como ciborgue em ‘O Exterminador do Futuro’ é uma declaração factual sobre Arnold Schwarzenegger”, afirmou o advogado Timothy Alger.

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