O Comandante Geral da PRM revelou nesta segunda-feira (10), que 12 jovens moçambicanos, alegadamente recrutados pelos insurgentes que aterrorizam a Província de Cabo Delgado para estudar o islão, estão detidos na República Democrática do Congo onde estariam a receber treino militar.
Discursando durante um comício no Distrito de Nangade, na Província de Cabo Delgado, Bernardino Rafael afirmou que os 12 moçambicanos, “são jovens de Quiterajo, de Montepuez, de Nampula, de Muidumbe, de Moma e de Pemba que foram aliciados e hoje em dia estão em situações difíceis sem saber como sair”.
“Nós não estamos a conseguir traze-los, porque nós queríamos que viessem cá para nos dizer quem é que os recrutou, mas o Governo congolês também precisa de saber como eles entraram lá”, revelou o Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM).
Rafael voltou a explicar aos populares que os líderes dos insurgentes que aterrorizam a província nortenha de Moçambique desde 2017, e são apelidados pelos locais de “Al Shabaab” por serem grupos de jovens, “saíram da República Democrática do Congo onde eles estavam lá em algumas mesquitas em Kisangani, em Kivo Norte, em Goma onde eles se alimentavam de diamantes”.
“E porque este grupo sempre foram aqueles que vivem dos minerais tentaram penetrar no nosso recrutando os nossos irmãos, os nossos filhos, treinando na República Democrática do Congo”, acrescentou o Comandante-Geral da PRM.
Esta tese das autoridades policiais sobre quem são os líderes “Al Shabaab” moçambicano vai de encontro com o estudo dos académicos João Pereira e Saide Habibe que em 2018 constataram que ala militar dos grupos insurgentes era treinada no Congo, Tanzânia, Quénia e Somália e pretende apenas criar “instabilidade na Região para permitir o negócio ilícito (de rubis, marfim e madeira) no qual as suas lideranças estão envolvidas”.