Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Jovem “mal vestida” é vedada atendimento num centro de saúde em Maputo

Uma jovem em estado de gravidez, identificada por Afifa Taquidir, foi esta quarta-feira (03) impedida fazer a sua consulta pré-natal no Centro de Saúde da Polana-Cimento, em Maputo, por se apresentar mal vestida. Trazia vestido de alças.

A jovem fez-se àquela unidade sanitária por volta das 6 horas. Porém, quatro horas depois de permanecer na fila, quatro senhoras dirigiram-se a ela e comunicaram-na que a sua roupa era imprópria para um hospital, ainda por cima trajada por uma mulher grávida.

Segundo conta, as senhoras que lhe abordaram nem sequer se identificaram. Humilharam-na proferindo impropérios. “Elas limitaram-se a berrar-me. Chamaram-me nomes. Disseram que não presto e como mulher devia ter uma capulana na bolsa”.

Nos hospitais nacionais, sobretudo da capital do país, os utentes devem se apresentar asseados, uma norma desconhecida por Afifa Taquidir. “Se eu soubesse que é proibida a entrada de pessoas nestas condições, certamente que me teria vindo de outras forma. Mas lamento a forma tão desumana com que aquelas senhoras se dirigiram a mim”.

A reportagem do @Verdade foi ao encontro das senhoras que repreenderam a jovem. Elas disseram que fazem parte de uma comissão de “Senhoras da Comunidade”. Grupos similares existem em quase todas as unidades sanitárias da cidade de Maputo e têm a missão de educar as mulheres e vestirem decentemente sempre que vão ao hospital.

“Trabalhamos neste centro de saúde há três meses. Deparamo-nos com vários utentes mal vestidos”. Esta situação, de acordo com as senhoras, tem sido recorrente mesmo com tantos avisos afixados nas paredes daquele Centro de Saúde.

Enquanto Afifa diz que as senhoras as humilharam, elas referem que ao invés de pedir emprestado uma capulana para cobrir os ombros, “ela preferiu ser arrogante. Não quis ser humilde. Revoltou-se connosco e pediu que aos agentes de saúde lhe devolvessem a senha. De seguida retirou-se do local”.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts