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Jornalistas capacitados sobre violência baseada no género

Os jornalistas de diversos órgãos de comunicação social sediados em Maputo beneficiam, desde esta quinta-feira (08), de uma capacitação em matéria de violência baseada no género, com o propósito de muni-los ainda mais de conhecimentos que lhes permitam reportar de forma coerente assuntos relacionados com a erradicação, do país, deste problema.

O representante da Gender Links e facilitador da capacitação, Eduardo Namburete, disse que os profissionais da comunicação têm um papel preponderante na vida dos moçambicanos, pelo que a capacitação vai ajuda-los a compreender e debruçar-se com precisão sobre o fenómeno da violência sobre género, seu impacto na população, consequências e os custos que dela advêm para o Governo, a família e a sociedade.

O evento enquadra-se também na preparação dos 16 dias da campanha de activismo contra a violência baseada no género. Com ele quer-se fazer com que a população conheça as causas e os problemas deste mal social, que apesar de ser preocupante, apenas dois por cento dos órgãos de comunicação social nacionais reportam-no, segundo Eduardo Namburete.

Para ele, na media moçambicana, por causa de questões sociais e económicas, não existe equilíbrio de conteúdos noticiosos na sua pauta informativa, o que atrasa o avanço dos direitos humanos, em particular das mulheres, consideradas principais vítimas da violência.

Moçambique, de acordo com o representante da Gender Links, ratificou a convenção para redução da violência sobre o género até 2015, em 50 por cento. Muitos casos relacionados com a mesma violência, e outros tipos, não são reportados à Polícia.

Sem avançar números, Namburete disse que os casos de violência sobre género no país são alarmantes e graves. Considerou ainda que os dados avançados pelo Governo a este respeito não são reais porque apenas captam um determinado tipo de violência a física. As outras violências, caso da emocional, da psicológica, da económica e do assédio sexual não são captadas e nem constam dos relatórios que têm sido produzidos sobre o fenómeno.

Num outro desenvolvimento, Namburete colocou igualmente em causa a metodologia usada para a recolha de dados. No seu entender não é bem articulada, o que faz com que os dados veiculados não reflictam a realidade da dimensão do problema no país.

Neste contexto, ele disse que o desafio dos media nacionais é, por exemplo, abandonar a veiculação de reportagens que vitimizam as mulheres em relação à violência sobre o género, o que lhes estimula a serem promotoras do problema e não solução, concluiu.

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