O Japão acertou a compra de um grupo de ilhas particulares disputadas entre os governos japonês e chinês, disse uma fonte oficial de Tóquio, esta Segunda-feira (10), motivando uma dura repreensão por parte de Pequim.
O Japão quer nacionalizar as ilhas desabitadas no mar do Leste da China assim que for possível controlá-las de forma pacífica e estável, disse o chefe de gabinete do governo japonês, Osamu Fujimura.
As ilhas, chamadas de Senkaku pelo Japão e de Diaoyu pela China, ficam próximas a ricas áreas pesqueiras e a campos gasíferos potencialmente enormes.
Há décadas as ilhas e o seu entorno marítimo são disputadas pelas duas maiores economias da Ásia. No mês passado, o Japão deteve alguns activistas chineses que desembarcaram nas ilhas, e a disputa parece estar a assumir um carácter mais económico do que meramente retórico, pois uma autoridade chinesa disse que a venda de veículos japoneses pode ter sido afectada na China em retaliação pela disputa territorial.
“Trata-se apenas de a propriedade da terra, que é parte do território do Japão, passar de um proprietário privado para o Estado, e isso não deveria causar nenhum problema para outros países”, disse Fujimura.
“Dito isso, não queremos que a questão da Senkaku afecte as relações sino-japonesas como um todo. Por ser importante evitar um mal entendido e um facto imprevisto, estamos a comunicarmo-nos estreitamente com a China por meio dos canais diplomáticos no dia de hoje.”
Mas a China contestou a “tendência política” insinuada na proposta. “Essa é uma séria infracção da soberania da China, e magoa seriamente os sentimentos de 1,3 bilhão de chineses”, disse a chancelaria em nota.
“O governo e o povo chinês expressam a sua resolução oposição e protestam fortemente.” O chanceler Yang Jiechi telefonou para o embaixador do Japão em Pequim, Uichiro Niwa, para formalizar o protesto, e o primeiro-ministro Wen Jiabao disse à agência estatal de notícias Xinhua que a China “jamais cederia uma polegada” do seu território.
Fujimura não revelou o valor que o governo japonês pagará pelas ilhas, mas a imprensa local disse que a cifra deve ser de 2,05 bilhões de ienes (26,26 milhões de dólares).