O governo japonês decidiu nesta terça-feira impor um embargo total sobre as exportações destinadas à Coreia do Norte, depois do teste nuclear de 25 de maio. “O governo aprovou um embargo total sobre as exportações destinadas à Coreia do Norte”, declarou à AFP Masaru Yamazuni, representante do ministério do Comércio.
A decisão é anunciada poucos dias depois da resolução 1874 aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, que reforçou o embargo sobre as armas e endureceu as sanções financeiras contra Pyongyang. Segundo o site do ministério, o Japão exportava apenas máquinas, sistemas de transporte (veículos e trens) e produtos alimentícios e eletrônicos à Coreia do Norte desde as sanções comerciais adotadas em 2006.
Para os analistas, estas novas sanções japonesas terão um impacto limitado, já que o principal parceiro comercial do regime comunista de Pyongyang é a China. “Estas sanções suplementares do Japão não terão um impacto significativo sobre a Coreia do Norte”, afirmou Lee Young Hwa, um especialista em assuntos coreanos da Universidade de Kansai (centro-oeste do Japão). “A única coisa que o Japão pode fazer é convencer a China a aprovar as sanções da ONU”, destacou.
Na resolução 1874, a ONU conclama seus membros a inspecionar todos os carregamentos suspeitos com destino ou em procedência da Coreia do Norte. As Nações Unidas proíbem a compra de qualquer tipo de arma norte-coreana, e autoriza apenas a venda de pequenas armas leves à Coreia do Norte. Além das resoluções da ONU, o Japão também decretara sanções bilaterais contra o país vizinho depois do primeiro teste nuclear da Coreia do Norte, em 2006.
Em virtude destas medidas, Tóquio já proibia todas as importações norte-coreanas, impedia os navios da Coreia do Norte de atracarem em seus portos e bloqueava, salvo casos excepcionais, o acesso dos cidadãos norte-coreanos a seu território. O Japão também proibia as exportações de produtos de luxo como caviar, atum e eletroeletrônicos à Coreia do Norte, uma medida cujos alvos principais eram os dirigentes do regime comunista.
O governo japonês igualmente reforçou no início de abril seu controle sobre as transferências de fundos para o país vizinho, depois do disparo por Pyongyang de um míssil que sobrevoou o arquipélago antes de cair no Oceano Pacífico.