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Itália aprova missão naval em águas da Líbia para controlar imigração

O Parlamento italiano aprovou nesta quarta-feira a missão naval proposta pelo Governo para patulhar junto à Guarda Costeira da Líbia as águas territoriais desse país e combater os traficantes de imigrantes que operam no Mediterrâneo.

A Câmara dos Deputados (baixa) emitiu 328 votos a favor e 113 contra a missão, enquanto 22 legisladores se abstiveram.

Apoiaram o texto os partidos que sustentam o Governo do Partido Democrata (centro-esquerda), como Área Popular (centro-direita), e a conservadora “Forza Itália” de Silvio Berlusconi, enquanto votaram contra o Movimento Cinco Estrelas e outros grupos.

A iniciativa partiu do pedido de “apoio técnico e naval” para patrulhar o Mediterrâneo por parte do chefe do Governo de Unidade Nacional, Fayez al-Sarraj, que controla a capital, Trípoli, e está amparado pelas Nações Unidas.

A ministra de Defesa, Roberta Pinotti, explicou na terça-feira perante uma comissão parlamentar que a missão consistirá em “apoio logístico, técnico e operacional às autoridades navais líbias, acompanhando as mesmas em atividades conjuntas e coordenadas”.

A operação se desenvolverá até 31 de dezembro diante do litoral de Trípoli e, segundo a ministra, poderá se alongar conforme for avançando a relação com outras autoridades da fracionada Líbia.

A Itália enviará uma embarcação para realizar um reconhecimento prévio da área e depois um patrulheiro e uma embarcação com instrumentos logísticos para consertar alguns barcos da Guarda Costeira líbia.

A Líbia é o país desde o qual partem cerca de 97% dos imigrantes resgatados no Mediterrâneo central e depois desembarcados nos portos do sul da Itália, um fenômeno gerenciado pelas máfias, que aproveitam o desgoverno que derivou da queda de Kadafi em 2011.

Desde então o país está afundado no conflito e no poder político fracionado, sobretudo entre Trípoli (litoral ocidental) e o leste do território nacional, controlado pelo marechal Khalifa Hafter. A Itália teve com a Líbia de Kadafi acordos de controle migratório que incluíam também patrulhas conjuntas.

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