Os promotores italianos colocaram, Quarta-feira, sob investigação, quatro tripulantes e três executivos da empresa proprietária do navio Costa Concordia, enquanto mergulhadores localizaram mais oito corpos de vítimas do naufrágio ocorrido em Janeiro, incluindo o de uma menina de 5 anos.
O capitão do navio, Francesco Schettino, e o seu imediato, Ciro Ambrosio, já estavam a ser oficialmente investigados pelo acidente do navio, que naufragou com 4.200 ocupantes na costa da ilha italiana de Giglio depois de colidir contra uma rocha.
A empresa Costa Cruzeiros não identificou os funcionários colocados agora sob investigação pelo naufrágio. Pelo menos 25 pessoas morreram e sete continuam desaparecidas depois do acidente.
Os novos corpos foram localizados no convés de número 4. Entre eles estava o de Dayana Arlotti, de 5 anos, cujo pai também morreu no acidente.
O mau tempo dificulta os trabalhos de recuperação dos corpos, e é preciso esperar que as condições melhorem para a retirada.
Schettino é acusado de ter provocado o acidente ao aproximar-se de maneira negligente da ilha, e de ter abandonado o navio antes da retirada de todos os ocupantes.
Uma audiência de instrução do processo está marcada para 3 de Março. Além do processo criminal, várias acções cíveis também devem ser iniciadas, e dezenas de passageiros já aderiram a uma acção colectiva na Flórida em que os proprietários do navio são acusados de fraude e negligência.
A Costa Cruzeiros, que operava o Costa Concordia, é uma subsidiária da empresa norte-americana Carnival Corp., maior empresa mundial de navios de cruzeiro. Em nota, a Costa disse que tem total confiança no Judiciário e que irá cooperar com a investigação.
A empresa, inicialmente, atribuiu o acidente a Schettino, mas, Quarta-feira, manifestou apoio aos demais funcionários sob investigação, dizendo que eles agiram com grande profissionalismo e altruísmo depois do acidente.
Os especialistas ainda trabalham para retirar quase 2.400 toneladas de óleo diesel dos porões do navio, que naufragou numa reserva marítima na costa da Toscana. Há temores de que o eventual despejo do combustível possa causar um desastre ambiental.