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Islamitas nigerianos atacam aldeias e igreja perto de Chibok e deixam 15 mortos

Supostos militantes islamitas mataram pelo menos 15 pessoas no domingo (29), em ataques a duas aldeias nigerianas, incluindo um contra fiéis que rezavam numa igreja, a poucos quilómetros de Chibok, cenário do sequestro em massa de mais de 200 alunas de uma escola.

A violência no nordeste da Nigéria tem sido implacável no último ano, e cresceu ainda mais desde abril, quando mais de 200 estudantes de uma escola foram sequestradas por rebeldes do grupo Boko Haram, de Chibok.

Os esforços para libertá-las, que contam com o apoio do Ocidente, até agora não tiveram êxito. Num ataque separado, na noite da sexta-feira, os insurgentes mataram sete soldados na aldeia de Goniri, no estado de Yobe, disseram uma fonte de segurança e testemunhas.

Os agressores fizeram, este domingo, ataques simultâneos em duas aldeias na comunidade de Chibok, no estado de Borno. Samuel Chibok, um sobrevivente do ataque à aldeia Kautikiri, que fica a cerca de cinco quilómetros de onde as estudantes foram sequestradas, disse que cerca de 20 homens numa picape Toyota e motocicletas entraram na cidade. Eles dispararam a esmo, visando atingir principalmente, fiéis de uma igreja local, em pânico.

“Inicialmente pensei que eles fossem militares, mas quando saí, eles estavam a disparar contra pessoas. Vi as pessoas a fugirem e eles a queimarem as nossas casas,” disse ele, acrescentando que algumas pessoas morreram durante o ataque, incluindo dois dos seus familiares. “A nossa cidade estava envolta em fumaça, quando fui embora.”

Um vigilante local, pró-governo, que não quis dizer o seu nome, disse que os moradores já recuperaram até agora 15 corpos da aldeia. Boko Haram frequentemente ataca instituições que seriam contrárias à sua versão rígida do Islamismo Sunita, incluindo igrejas, bares e escolas não-religiosas, que ensinam ideias ocidentais, como ciências.

Outro ataque em Kwada, a oito quilómetros da aldeia Chibok, deixou algumas pessoas mortas, disse uma fonte de segurança que atua na região, embora o número total de vitimas não esteja claro ainda.

Grande número de mortos

Boko Haram, que luta por um estado islâmico no norte da Nigéria, de maioria muçulmana, já matou milhares de pessoas desde que começou a sua revolta em 2009, e muitas centenas nos últimos três meses.

Essa é, de longe, a maior ameaça de segurança do país, que é a maior economia e o maior produtor de petróleo da África, e tem ofuscado os esforços do governo de projetar uma imagem da Nigéria como um gigante económico potencial.

Uma explosão num bordel, na cidade no nordeste de Bauchi, na noite da sexta-feira, matou 11 pessoas e feriu 28, disse a polícia, no sábado. Acredita-se que esse ataque também tenha sido obra do Boko Haram.

Uma operação militar no nordeste do país até agora não conseguiu conter a rebelião e gerou ataques de represália que cada vez mais visam atingir alvos civis, depois de a população ter formado grupos de vigilantes para tentar ajudar o governo a expulsar os militantes.

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