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Iraque abre licitação do seu petróleo para firmas estrangeiras, algo inédito em 37 anos

O Iraque iniciará licitações esta semana para permitir que empresas estrangeiras façam a exploração das jazidas petrolíferas mais importantes do país, uma iniciativa inédita em 37 anos e que promete propocionar ao país uma arrecadação financeira importante e indispensável para sua reconstrução depois de seis anos de guerra.

O Iraque escolherá as empresas que poderão explorar seis campos petrolíferos gigantes, no sul e no norte do país, e cujas reservas são calculadas em 43,1 bilhões de barris. No total, 31 empresas da Oceania, Ásia, Europa e América do Norte competem pela autorização de explorar esses campos, além de duas jazidas de gás a oeste e noroeste de Bagdá.

“Os contratos deverão ser aprovados pelo Conselho de Ministros, mas não serão apresentados ao parlamento. Nosso objetivo principal é levar a produção de petróleo de 2,4 milhões de barris por dia a mais de 4 milhões nos próximos cinco anos”, explicou o ministro do Petróleo, Hussein Chahristani.

O aumento da produção ajudará o Iraque a ganhar um mínimo de 1,7 trilhão de dólares nos próximos 20 anos, que serão usados na reconstrução da infraeestrutura iraquiana. Para as companhias petroleira esta licitação é uma oportunidade de regressar ao país depois da nacionalização da Iraq Petroleum Company em 1972.

“Por causa das sanções e das guerras, nenhuma companhia queria ou podia investir. Hoje, o país está se estabilizando”, explicou Ruba Husari, especialista em petróleo e fundadora do site . No entanto, os gigantes do petróleo não estão muito satisfeitos com os termos dos contratos propostos. Quem vencer as licitações deverá se associar a empresas iraquinas públicas, principalmente a South Oil Company (SOC), e compartilhar a administração dos campos quando financiarem cem por cento de seus desenvolvimento. Serão, além disso, remunerados com base numa soma fixa por barril, apenas depois de ter conseguido alcançar o limite de produção fixado pelo governo.

“As companhias vão investir, mas têm um grande problema com o fato de que sua gestão será compartilhada”, acrescentou a especialista. Furiosos ante a perspectiva de perder o controle local dos campos, os diretores dessas empresas, a SOC principalmente, criticam o ministro Chahristani e alegam que podem alcançar os mesmos objetivos que as companhias estrangeiras em menos tempo e essa situação pode representar “uma ocupação econômica”.

“Os campos envolvidos representam 85% da produção atual e 50% das reservas. Uma perda do controle representaria a morte das empresas nacionais”, teme o diretor-geral da SOC, Fayadh Hasan Nima.

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