O Irão afirmou, esta Terça-feira (28), não ter planos de mostrar as suas instalações nucleares aos diplomatas que estão em visita ao país para uma cúpula do Movimento dos Não-Alinhados (MNA), contradizendo, assim, uma oferta feita anteriormente pelo vice-ministro de Relações Exteriores, Mohammad Mehdi Akhoundzadeh.
“Nós não temos nenhum plano específico para uma visita às instalações nucleares por parte dos convidados estrangeiros que participam da cúpula dos países não-alinhados”, disse o porta-voz da chancelaria iraniana, Ramin Mehmanparast, segundo a agência estatal de notícias Irna.
Akhoundzadeh deu a entender, Segunda-feira (27), que o Irão poderia deixar os diplomatas participantes da cúpula visitarem a base militar de Parchin, que a agência da ONU de supervisão nuclear diz que pode ter sido usada para experimenta ções de explosivos relacionados com actividade nuclear.
Os diplomatas ocidentais rejeitaram a possível oferta, feita pouco depois de a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) ter fracassado novamente na sua tentativa de obter acesso dos seus inspectores a Parchin, durante um encontro com uma delegação iraniana em Viena, Sexta-feira.
“Qualquer visita conduzida pelos iranianos com autoridades do MNA seria nada mais do que um golpe publicitário muito, muito mau”, disse à Reuters um proeminente diplomata em Viena.
“É a AIEA que deveria ter acesso a Parchin.” O representante do Irão na AIEA, Asghar Soltanieh, reiterou a determinação do seu país de manter o processo de enriquecimento de urânio.
“Não vamos suspender o enriquecimento nem mesmo por um segundo”, afirmou ele, segundo a agência iraniana estudantil de notícias. O urânio enriquecido pode ser usado para alimentar usinas de energia ou, se for mais processado, em armas nucleares.
