O Irão seguirá adiante com a expansão de sua capacidade de enriquecimento de urânio, disse o chefe do setor nuclear do país nesta segunda-feira, apesar das sanções internacionais que tentam forçar a República Islâmica a desacelerar seu programa nuclear.
Os mais recentes comentários de Ali Akbar Salehi, chefe da Organização Atômica do Irão, foram feitas antes da retomada de negociações na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), sobre um acordo de troca de combustível. O sucesso nesses diálogos podem abrir o caminho para maiores negociações com o Irão sobre seu programa nuclear.
Mas autoridades do Ocidente levantaram dúvidas sobre o potencial desse diálogo, agora que o Irã já iniciou o enriquecimento para 20 por cento e seu estoque de urânio de baixo-enriquecimento vem aumentando. A construção de mais usinas de enriquecimento poderia complicar as negociações.
Salehi disse à emissora estatal IRIB que o Irão definiu o local de dez novas usinas de enriquecimento e que começaria a trabalhar em uma delas em março. “A construção dessas usinas será iniciada até o final deste ano (iraniano) ou o começo do ano que vem”. O ano iraniano termina no dia 20 de março.
O Irão disse em fevereiro que havia começado a enriquecer urânio em 20 por cento. Segundo analistas, isso poderia significar um avanço para o nível de construção de armas dentro de meses, se o pais quiser. O governo iraniano afirmou que foi forçado a enriquecer urânio em 20 por cento depois do rompimento de um acordo com as potências do Ocidente e a AIEA, pelo qual parte do urânio de baixo-enriquecimento seria enviado ao exterior em troca de barras de combustível para um reator nuclear.