Liderado pelos megaprojectos, o Investimento Directo Estrangeiro (IDE) de 2011 duplicou em relação ao de 2010, situação que concorreu para uma acumulação de Reservas Internacionais Líquidas de USD 331 milhões de dólares norte-americanos e uma cobertura confortável em termos de reservas de 5,2 meses de importações sem exportações.
As fortes entradas de capitais e a austeridade da política monetária contribuíram para uma apreciação do Metical na ordem de 20%, em 2011, após uma depreciação real de 15% no ano anterior, 2010, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), instituição financeira membro do grupo Bretton Woods que serve de conselheiro do Governo moçambicano em matéria de política macroeconómica.
No que respeita a políticas de desinflação adoptadas pelas autoridades moçambicanas no período em análise, o FMI indica que elas produziram resultados notáveis, pois a inflação homóloga registou uma forte desaceleração, para 2,7%, em Março de 2012, em comparação com 16,5%, no final de 2010.
A inflação subjacente (core inflation), que já se tinha situado na escala de dois dígitos, baixou para 2,4%, em Março de 2012, como reflexo das medidas de aperto monetário firme no período de 2010-2011, que provocou uma desaceleração de dois terços no crescimento da massa monetária, em 2011, a partir do ano anterior de 2011 e contribuiu para a apreciação do Metical em relação às moedas dos principais parceiros externos de Moçambique que são a Zona Euro, Estados Unidos da América (EUA), países asiáticos e África do Sul.
Uma orientação adequadamente restritiva em matéria de política fiscal, especialmente, no primeiro semestre de 2011, conduziu também à desinflação, para o que contribuíram igualmente as tendências favoráveis nos preços internacionais dos produtos alimentares e da energia, de acordo igualmente com o FMI.
Refere a seguir a instituição que as exportações tradicionais foram dinâmicas, apesar de a forte procura no domínio das importações de bens de investimento ter originado um ligeiro aumento do défice da conta corrente, para 13% do Produto Interno Bruto (PIB).
Frisa-se que a economia moçambicana registou um forte crescimento em 2011, mostrando poucos sinais de ser afectada pela turbulência mundial, indicando os dados preliminares que o PIB de Moçambique aumentou cerca de 7%, o que representa um resultado favorável em comparação com as taxas de crescimento dos seus parceiros externos.
O crescimento foi de base bastante alargada, tendo os sectores da agricultura, mineração, transportes e comunicações e serviços financeiros registado a mais rápida expansão.
A actividade económica foi igualmente sustentada pelas fortes exportações e firme procura de investimentos para megaprojectos no sector de recursos naturais e no público.