A progressiva subida do nível das águas na bacia do Zambeze aumenta o risco de perda das diversas culturas alimentares plantadas em vastas áreas no baixo Zambeze, na sequência das inundações cada vez mais evidentes.
Apesar da subida do nível hidrométrico no Zambeze, devido as intensas chuvas que caiem a montante, não há registo de pessoas em situação de perigo.
Os administradores de Chemba, Caia, Marromeu e Mopeia, que confirmaram o cenário actual, disseram que o mesmo acontece numa altura em que os níveis do rio estão acima do alerta há mais de quatro semanas em Caia e Marromeu.
O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) tranquiliza afirmando que o sucesso alcançado no processo de reassentamento da população que vivia nas áreas susceptíveis às inundações ao longo da bacia do Zambeze nas províncias de Manica, Sofala, Tete e Zambézia está a reduzir drasticamente o impacto da subida do caudal daquele rio.
Aliás, esta intervenção, segundo o INGC, explica o facto de até agora não haver pessoas em risco de vida, escreve o matutino “Notícias”.
João Ribeiro, director do INGC, garante que a instituição continuará a monitorar o comportamento daquela bacia hidrográfica com apoio da equipa de soldados da Marinha de Guerra e bombeiros integrados na Unidade Nacional de Protecção Civil (UNAPROC) estacionada na Direcção Regional Centro do INGC, em Caia.
Face as chuvas que caiem a montante, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) aumentou o volume de descargas de 4400 para 5200 metros cúbicos por segundo, a partir do sábado passado, o que nos próximos dias pode vir a agravar o actual cenário de inundações no baixo Zambeze.
Nos períodos subsequentes, está prevista a montante chuva moderada na Zâmbia, Zimbabwe e Malawi, o que vai provocar impacto sobre os escoamentos da bacia do Zambeze, ao ponto de se reflectir cada vez mais nas zonas baixas, sobretudo em Tambara, Chemba, Mutarara, Caia, Morrumbala, Mopeia, Marromeu e Chinde.