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Mundial 2014: ingleses precisam abrir mão de salários e jogarem noutros países, segundo o técnico Hodgson

Seria melhor para o futebol inglês se mais jogadores actuassem noutros países, mas os altos salários pagos pelos clubes ingleses são o principal factor a detê-los, disse o técnico da selecção da Inglaterra, Roy Hodgson, esta terça-feira (24).

A humilhante eliminação precoce dos ingleses no Campeonato Mundial de Futebol no Brasil afundou o país numa profunda autorreflexão sobre os motivos das repetidas decepções em grandes torneios.

Muitos sentem que o sucesso da primeira divisão inglesa em atrair os melhores jogadores do mundo tem tolhido as chances de talentos ingleses em ascensão, por relegar os jogadores locais ao banco ou mesmo deixá-los de fora das equipas principais.

Minutos depois do último jogo da Inglaterra no Brasil, o empate em 0 x 0 com a Costa Rica no qual conquistaram o único ponto do time na competição, Hodgson concordou com um jornalista que perguntou se mais jogadores deveriam procurar experiências no exterior.

“Perfeitamente. Se eles não recebem oportunidades de jogar num clube do Campeonato Inglês, e eles podem encontrar uma boa oportunidade fora do país, isso seria muito positivo”, disse ele.

“A primeira divisão inglesa é um campeonato muito bom, mas também muito rico. Alguns desses clubes estrangeiros não têm condições de equiparar os salários. Estou a falar sobre as nossas 16 melhores equipas face a face aos 16 melhores times da Espanha, Itália, Alemanha. Então os nossos altos salários tendem a manter as pessoas no país.”

Somente poucos grandes clubes europeus, os espanhóis Real Madrid e Barcelona por exemplo, conseguem equiparar os estonteantes salários pagos pela maior parte das equipas inglesas de primeira divisão, graças à entrada de bilhões em direitos de transmissão nos últimos anos.

Outra razão para o fracasso da Inglaterra diante do sucesso de times com menos tradição como a Costa Rica, vencedora do Grupo D, é o tempo superior que as outras equipes permaneceram reunidas tanto na preparação antes do torneio como em experiências compartilhadas, disse Hodgson.

“Outros estiveram juntos por mais tempo, mas isso não justifica completamente”, disse ele, também lamentando a falta de sorte da Inglaterra nos três jogos disputados, nos quais várias oportunidades foram criadas.

“O que eu posso dizer é que, de certo ponto de vista, fomos um pouco azarados. Não fomos sobrepujados ou jogamos pior, as nossas actuações mostraram isso… Se você é o Irão e demonstra uma incrível resistência, fez um grande jogo. Mas isso nunca é o caso da Inglaterra. Temos que dominar a partida e fazer golos. A pressão sobre as equipas como a Inglaterra é muito maior.”

Apesar de um torneio decepcionante, os adeptos ingleses que vieram ao Brasil fizeram uma animada despedida, na qual ovacionaram a delegação em Belo Horizonte, o que claramente deixou a selecção emocionada.

“A reacção dos adeptos foi brilhante. Estamos tristes e desapontados por eles. Somos realmente gratos por esse momento emocionante no final, quando eles demonstraram apoio”, disse Hodgson.

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