A província de Nampula está mais próxima de concretizar a iniciativa governamental, desenvolvida em parceria com várias agências das Nações Unidas no sentido de industrializar algumas espécies florestais que têm aplicação expressiva pelas comunidades para fins médicos, decorativos e de indumentária como forma de prevenir a sua extinção.
Mário Intetepe, chefe do departamento da acção cultural na direcção provincial de Educação e Cultura em Nampula, referiu que o mussiro, um arbusto cujo caule produz um creme natural usado para tratamento da pele das mulheres, em particular .
É que a sua comercialização, uma vez muito procurada no mercado local e não só, pode constituir uma fonte de rendimento e para prevenir a sua extinção face à exploração desenfreada que pode vir a conhecer, foi desenhado um projecto para a sua multiplicação em curso no distrito de Mossuril.
Os trabalhos em causa decorrem num ritmo satisfatório e estão a cargo de técnicos locais do sector da agricultura orientados por um especialista, que trabalha para a FAO, segundo Mário Intetepe, que destacou a necessidade do mapeamento das zonas onde a existência do mussiro está confirmada.
Este projecto tem o condão de não só pretender emponderar a mulher como, também, de prevenir a devastação dos recursos florestais face à escassez de recursos florestais para a produção de combustível lenhoso em Nacala-Porto cuja população é estimada em cerca de 211 mil habitantes.
Outra espécie florestal, que goza de protecção neste momento, é o mecrusse, usado para trabalhos de restauração de edifícios construídos há mais de um século na Ilha de Moçambique e Mossuril e que integram o património histórico cultural. Mário Intetepe apontou, ainda, outras manifestações culturais abrangidas por aquela iniciativa, mormente a arqueologia, onde as pinturas rupestres ocupam uma posição de relevo, a gastronomia e a indumentária.
