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Indústria do tabaco enganou usuários sobre cigarros light

Um tribunal federal de apelação americano considerou nesta sexta-feira que a indústria do tabaco enganou os fumantes ao etiquetar alguns tipos de cigarros como “light” embora fossem tão nocivos para a saúde quanto os demais.

A Corte de Apelação de Washington confirmou um julgamento em primeira instância de agosto de 2006, segundo o qual os fabricantes mentiram durante dezenas de anos sobre os efeitos nocivos do tabaco. “O tribunal recebeu evidências suficientes para concluir que os executivos das empresas de tabaco… sabiam das consequências nocivas do cigarro para a saúde, dos riscos do vício (…), do dano para os fumantes passivos e da compensação do fumante, que recorre aos cigarros light, não menos nocivos para a saúde, possivelmente mais”, acrescentou.

Também confirmou a decisão da justiça federal de obrigá-los a retirar menções “enganadoras” como “leves” ou “naturais” em maços de cigarros. A questão opunha o Estado americano a várias empresas, entre elas a Philip Morris e a Reynolds. O grupo Altria, que fabrica os cigarros Marlboro, indicou que apelará da decisão.

“Seguimos acreditando que as conclusões do tribunal não se sustentam na lei ou em elementos apresentados no processo”, destacou seu assessor jurídico Murray Garnick, citado em um comunicado. “Acreditamos que a importância excepcional destas questões justifica a continuação de seu exame”, acrescentou.

Esta decisão abre caminho a milhares de demandas judiciais e ao pagamento de milhões de dólares em indenizações por parte da indústria do fumo. A indústria do tabaco enfrenta há uma década nos Estados Unidos uma série de processos judiciais que denunciam suas mentiras relacionados aos perigos do tabaco para a saúde.

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