As constantes e bruscas flutuações dos preços de açúcar no mercado internacional que se registam estão a constituir “uma séria ameaça às pequenas indústrias mundiais de açúcar, incluindo a moçambicana”, segundo autoridades moçambicanas do ramo açucareiro.
Esta situação deriva do equilíbrio da oferta e da procura e não se reflecte “necessariamente no custo da produção”, mas nos preços das exportações, tendo a União Europeia baixado o preço do açúcar importado para os países membros em 36% no período de 2008/ 2009, segundo um briefing das mesmas autoridades moçambicanas sobre o açúcar nacional.
Avança o documento sobre os desafios que o sector açucareiro enfrenta que “apesar dos recentes aumentos dos preços de exportação do açúcar mantém-se uma considerável incerteza sobre as políticas pós-2015”, altura em que a produção nacional estará próxima das cerca de 500 mil toneladas/ ano, contra uma previsão de se atingir até finais de 2011 cerca de 400 mil toneladas.
Para aqueles níveis de produção, a indústria açucareira moçambicana está a investir os adicionais cerca de 260 milhões de dólares norteamericanos que se vêm juntar aos 540 milhões de dólares de investimento inicial aprovado pelo Centro de Promoção de Investimento (CPI) para expansão dos campos agrícolas efectuada nas fábricas de Xinavane e Maragra, na província do Maputo, no biénio 2008/2009.
Os adicionais USD 260 milhões são para expansão dos campos agrícolas das quatro fábricas moçambicanas de açúcar, sendo que as restantes duas fábricas localizam-se no distrito de Marromeu e na região de Mafambisse, na província central de Sofala.
A indústria continuará a investir na irrigação e noutros projectos não especificados, mas considerados “de grande envergadura”.
Preços à porta da fábrica
Refira-se, entretanto, que a Moçambique foi imposto o preço de açúcar à porta da fábrica de 818 dólares, contra 1110,50 dólares/tonelada praticado na Rússia e USD 1131 na China. Na Índia o preço do açúcar à porta da fábrica é de 805,90 dólares, contra USD 845,50 no Brasil.