A Polícia Judiciária (PJ) cabo-verdiana prepara-se para apresentar ao Tribunal da Comarca da Praia, para a legalização da prisão, de um suspeito de ter morto e esquartejado uma pessoa e vendido a carne como sendo de carneiro, soube-se, Segunda-feira (18), de fonte policial.
A PJ emitiu no fim de semana um comunicado apelando à população dos arredores do bairro da Terra Branca, onde foram descobertas ossadas humanas que se presumem ser do homem assassinado, para que aqueles que tenham comprado carne vendida pelo suspeito como sendo de carneiro informem de imediato às autoridades que estão a investigar sobre o caso.
Sabe-se que o suspeito, conhecido como José ou “Zezinho Catana”, já condenado anteriormente a 22 anos de prisão por ter morto um outro indivíduo na ilha de Santo Antão, teria confessado à PJ ter morto e esquartejado a vítima, José dos Anjos Pires, com quem compartilhava a mesma casa.
O caso veio a público, Quinta-feira, dia 13, quando a PJ encontrou ossadas nas imediações da referida residência, situada num dos bairros clandestinos que proliferam nos arredores da capital cabo-verdiana.
Detido pela PJ, o suspeito, depois de ter confessado o crime, foi conduzido ao local onde ele próprio participou nas escavações e deu indicações sobre os locais onde estavam enterrados alguns ossos da vítima.
No entanto, o facto de terem sido encontradas apenas ossadas da presumível vítima deixou as autoridades intrigadas sobre o destino dado a outras partes do corpo de José dos Anjos, um pedreiro de 40 anos que abrigava “Zezinho Catana” na sua casa há alguns meses, depois de este ter chegado à cidade da Praia, depois da sua libertação da prisão de Ribeirinha, na ilha de São Vicente.
O suspeito teria, entretanto, confessado que vendeu parte da carne como sendo de carneiro a alguns moradores da Terra Branca, queimando partes do corpo nas imediações da casa onde ambos viviam.
Este caso macabro foi protagonizado por um indivíduos já com um vasto cadastro que inclui uma tentativa de assassinato de um familiar e outra consumada na sua ilha natal.
Pelo primeiro crime, Zezinho Catana, conhecido por esta alcunha desde 1980 quando agrediu um familiar com uma catana na Ilha de Santo Antão, foi condenado a 12 anos de prisão, tendo saído em liberdade condicional oito anos depois devido a bom comportamento.
No entanto, três meses depois de sair da cadeia esmagou a cabeça de um indivíduo com uma pedra de 15 quilos, tendo sido novamente condenado a 22 anos de prisão. Cumpriu 19 anos de cadeia, também devido a bom comportamento, voltou a sair antes do fim da pena e estava em liberdade há dois anos.
Entretanto, a PJ cabo-verdiana prossegue as investigações para confirmar se realmente, os praienses chegaram a comer carne do corpo de José Pires, vendida pelo suposto assassino, Zezinho Catana, como carne de carneiro ou porco, como também indicam algumas informações que circulam na imprensa cabo-verdiana.