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Índia destaca papel dos jornalistas na promoção da cooperação

As autoridades indianas consideram de crucial o envolvimento dos profissionais de comunicação social nos planos de desenvolvimento traçados pelos governos deste país e africanos, por esta classe ser conhecedora e difusora da realidade política, social e económica que se vive em cada um dos países.

Este facto foi avançado segunda-feira, em Nova Deli, durante vários encontros que cerca de 19 jornalistas oriundos de dez países africanos, incluindo dois moçambicanos, realizaram com entidades governamentais e empresariais da Índia, na sequência de uma visita de cerca de uma semana que este grupo de profissionais efectua a este pais asiático, a convite do respectivo Governo.

C. Rajamohan, especialista indiano em assuntos estratégicos de cooperação, destacou que saber da África como é que vê e quer que a cooperação com a Índia seja feita é indispensável envolver, muito mais do que os governos, todos os segmentos da sociedade civil, incluindo a comunicação social.

“Pretendemos que o progresso da Índia seja partilhado com os países africanos com os quais coopera sem que isso signifique a exploração de uns em benefício de outros”, afirmou Rajamohan.

Segundo este perito, para que a cooperação seja mutuamente benéfica, a Índia decidiu convidar este grupo de profissionais da comunicação social africanos para destes saber muito mais dos seus países e estes conhecerem melhor a realidade indiana, uma iniciativa que poderá se estender a outros segmentos da sociedade civil.

Esta e outras iniciativas fazem parte de um plano deste pais, que esta em grande ascensão económica no mundo, tendente a fortalecer a sua politica externa, reconhecendo que a Índia precisa de muito mais recursos para sustentar o seu desenvolvimento e garantir que a sua ascensão económica se faca sentir, de uma forma equilibrada, na vida de todos os seus cerca de 1,2 bilião de cidadãos.

Sobre o porquê da Índia parecer estar a interessar-se mais em investir em África, numa altura em que há milhões de seus cidadãos ainda com necessidades básicas, Rajamohan afirmou que não se pode olhar para a Índia como tendo toda a materia prima que precisa.

“Temos que nos esforçar interna e externamente, pois o pais não é autosuficiente em recursos necessários para garantir uma vez por todas o seu desenvolvimento”, disse, frisando que “só cooperando que os países podem dar o que tem e obter o que não tem”.

“A Índia decidiu trabalhar desta forma: uma espécie de balança”, vincou a fonte, destacando, por outro lado, o papel da imprensa na salvaguarda de relacoes de cooperacao sas, tranparentes e mutuamente vantajosas.

Falando especificamente do envolvimento da Índia na construção de infra-estruturas em África, Rajamoahn disse, por exempo, que os recursos que a Índia precisa só podem ser escoados através dessas mesmas vias.

Por seu turno, o Secretario para o Oeste da Índia, incluindo a África, no Ministério dos Negócios Estrangeiros deste pais, Vivek Katju, referiu que esta politica indiana de cooperação veio para ficar. Ele acrescentou que a Índia esta apostada em transferir para estes países o ‘know how” para que tenham, tal como acontece hoje com os indianos, capacidade de explorar os recursos naturais que dia após dia se revelam abundantes e intactos em muitos países em vias de desenvolvimento.

É desta forma que, segundo Katju, a Índia tem um vasto programa de formação técnica de quadros, através do seu Instituto de Cooperação Técnica e Económica (ITEC), pois reconhece que é com um forte investimento no homem que se pode salvaguardar o progresso dos países em vias de desenvolvimento, principalmente nesta era da globalização e alta competição.

Este instituto foi estabelecido pelo governo indiano em 1964 para garantir a transferência de tecnologia para as nações mais pobres. Anualmente, a Índia, através deste instituto, recebe e forma cerca de cinco mil quadros de vários países com quem coopera, incluindo Moçambique, nos seus cerca de 230 diferentes cursos de curta e longa duração.

Nesta última Segunda-feira e hoje, os 19 jornalistas africanos obedecem uma agenda bastante carregada, em Nova Deli, interagindo com membros do Governo, empresários, entre outros, para alem de visitas a varias unidades económicas e culturais, para na Quarta-feira se deslocarem a cidade de Ahmedabad, com o mesmo propósito. Esta visita termina próximo Sabado.

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