Uma média anual de cerca de 18 milhões de dólares norte-americanos constitui o valor resultante da exportação ilegal de milho de Moçambique para o Malawi e Zâmbia por produtores do sector familiar das províncias que fazem fronteira com aqueles países vizinhos.
Segundo António Paulo, da Direcção Nacional da Economia, a importação ilegal de milho tem vindo a causar “enormes prejuízos ao Estado, porque não há cobrança nenhuma de impostos”, disse, acrescentando que o produto está a ser vendido naqueles países em “quantidades elevadas”.
“Este comércio informal transfronteiriço de milho tem causado efeitos negativos no quadro alimentar e na balança comercial de Moçambique”, indicou António Paulo, justificando, por outro lado, que a saída ilegal de milho para países vizinhos tem a ver com “altos preços praticados naqueles países comparativamente aos preços em vigor em Moçambique”.
Sistema de monitoria
Entretanto, um sistema regional de monitoria do comércio transfronteiriço de produtos agrícolas deverá ser montado pelos governos de Moçambique, Malaui e Zâmbia para minimizar o fenómeno do comércio informal transfronteiriço, segundo aquele quadro do Ministério da Agricultura (MINAG).
Por outro lado, Lúcia Luciano, directora nacional adjunta da Economia, estimou em cerca de 350 milhões de toneladas de milho/ano que atravessam a fronteira moçambicana rumo a países vizinhos, contra uma produção formal de cerca de 2900 milhões de toneladas/ano.
António Paulo e Lúcia Luciano falavam esta segundafeira ao Correio da manhã à margem de um seminário nacional sobre perspectivas de produção e comercialização agrícola da campanha agrícola 2010/11.